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Fungicidas para requeima da batata

Jesus G. Töfoli

tofoli@biologico.sp.gov.br

Ricardo J. Domingues

Josiane T. Ferrari

Pesquisadores APTA ” Instituto Biológico

 

Fungicidas para requeima na batata - Crédito Jesus Töfoli
Fungicidas para requeima na batata – Crédito Jesus Töfoli

Rápido desenvolvimento e alto potencial destrutivo caracterizam a requeima como uma das mais importantes e agressivas doenças da cultura da batata. Causada pelo oomicetoPhytophthorainfestans, a doença afeta drasticamente folhas, hastes, pecíolos e tubérculos, podendo causar grandes perdas quando interagem com fatores como: cultivar suscetível, condições favoráveis e equívocos na adoção de medidas de controle.

Os fungicidas desempenham um papel decisivo no controle da requeima, uma vez que a maioria das cultivares comerciais é suscetível à doença. As estratégias de controle envolvendo esses produtos têm o objetivo de prevenir ou reduzir a doença no campo. Para isso, é necessário que se conheça detalhadamente o potencial de controle desses produtos para que possam alcançar os melhores níveis de controle em programas de aplicação ou sistemas de previsão de doenças.

Variáveis como modo e mecanismo de ação, suscetibilidade das cultivares, condições meteorológicas, escolha do produto, estádio fenológico da cultura, momento e tecnologia de aplicação influenciam diretamente na eficiência de controle de um fungicida, bem como podem definir o sucesso ou o fracasso do tratamento.

Os programas de produção integrada de batata têm recomendado o uso preventivo de fungicidas associado a medidas como: uso de sementes certificadas; plantio de cultivares com algum nível de resistência; evitar o plantio em áreas úmidas e sujeitas a neblina; irrigações controladas; adubação equilibrada; rotação de culturas; eliminação de restos culturais; controle de plantas daninhas e eliminação de hospedeiros intermediários e plantas voluntárias.

Programa de controle

Para o controle da requeima da batata, recomenda-se convencionalmente o uso inicial e sequenciado de fungicidas de contato a partir da emergência, com posterior aplicação de produtos sistêmicos, alternados com produtos de contato, nos estádios 3 (tuberização) e 4 (crescimento dos tubérculos).

Quando as cultivares são mais suscetíveis e as condições meteorológicas muito favoráveis, pode-se antecipar as aplicações com fungicidas mesostêmicos, translaminares e sistêmicos na planta para o estádio 2 (pleno crescimento vegetativo) visando uma maior proteção das plantas (Figura 1).

Alerta

A tecnologia de aplicação de fungicidas é fundamental para que haja sucesso no controle da requeima da batata. Má qualidade na aplicação dos produtos pode comprometer e limitar seriamente a eficácia dos fungicidas. Fatores como: tipo de bicos, volume de aplicação, pressão, altura de barra e velocidade do trator devem ser sempre considerados com o objetivo de proporcionar a melhor cobertura e penetração da calda na folhagem.

O uso de fungicidas deve ser realizado dentro de programas de controle integrado e deve seguir todas as recomendações do fabricante quanto à dose, momento oportuno para o tratamento, volume, intervalos, número de aplicações, uso de equipamento de proteção individual (EPI), intervalo de segurança, armazenamento de produtos e descarte de embalagens.

Para evitar a ocorrência de linhagens de P. infestans resistentes recomenda-se que os fungicidas específicos (sistêmicos) sejam utilizados de forma alternada ou formulados com produtos inespecíficos (contato); que se evite o uso repetitivo do mesmo mecanismo de ação; e que não se façam aplicações curativas em situações de alta pressão de doença.

Figura 1. Uso de fungicidas no controle da requeima em função da mobilidade na planta e estádios fenológicos da cultura da batata.

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Fungicidas mesostêmicos – possuem alta afinidade com a camada cerosa das folhas, podendo ser absorvidos pelo tecido.

  Fungicidas translaminares – caracterizam-se por penetrar no tecido e se redistribuir a curtas distâncias.

Fungicidas sistêmicos – são absorvidosetranslocados na planta.

Fungicidas de contato – formam uma película protetora na superfície da planta.

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