20.7 C
Uberlândia
sábado, novembro 23, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosAs pragas do calor e o uso de agrotóxicos  

As pragas do calor e o uso de agrotóxicos  

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) destaca que o Brasil está atualmente lidando com 12 pragas quarentenárias e além disso, 83 pragas de alto risco foram identificadas, ressaltando a urgência de implementação de estratégias para proteger as culturas.

Por Alexandre Francisco de Andrade, Mestre em Engenharia de Produção e Coordenador nas áreas de Finanças e Agronegócio na UNINTER

Alexandre Francisco de Andrade
Créditos: Divulgação

Pesquisas recentes estabelecem uma conexão significativa entre a atividade agrícola e os impactos nas mudanças climáticas. No contexto agrícola brasileiro, o uso de agrotóxicos surge como um componente vital na gestão fitossanitária (controle de doenças de plantas – culturas agrícolas), exigindo, entretanto, uma abordagem equilibrada e sustentável. A gestão responsável de substâncias químicas na agricultura se apresenta como um pilar essencial para atingir os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, enfrentando os desafios pelas mudanças climáticas. 

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) destaca que o Brasil está atualmente lidando com 12 pragas quarentenárias, evidenciando a complexidade do cenário fitossanitário. Além disso, 83 pragas de alto risco foram identificadas, ressaltando a urgência de implementação de estratégias para proteger as culturas. A mosca branca (Bemisia tabaci), por exemplo, representa uma ameaça significativa para diversas culturas, como soja, fumo, algodão e uva, ocasionando perdas substanciais quando não controladas especificamente. 

A agricultura brasileira, com suas três safras anuais, enfrenta desafios crescentes, destacando-se a elevada suscetibilidade a doenças fúngicas. Produtores especializados recorrem frequentemente à prática de “mudanças nas áreas de cultivo” como estratégia econômica para o controle fitossanitário, muitas vezes recorrendo ao uso de agrotóxicos. 

Entretanto, é crucial ponderar sobre os riscos associados ao uso incluído de agrotóxicos. Um estudo recente conduzido pelos pesquisadores Oliboni, Triches e Oliveira publicado na revista científica Physis, de saúde coletiva, estabelece uma demonstração direta entre a quantidade de comercialização de agrotóxicos e a incidência de agravos à saúde, bem como as causas de mortalidade no estado do Paraná entre 2013 e 2017, respondendo por mais de 50% da variabilidade das taxas nos municípios paranaenses. Este estudo destaca a necessidade urgente de uma gestão cuidadosa e criteriosa de substâncias químicas nas áreas rurais com produção de soja, milho, trigo, fumo, pastagens e feijão.  

O desafio das previsões na agricultura brasileira exige uma abordagem equilibrada, considerando não apenas a segurança das colheitas, mas também a preservação da saúde humana e a sustentabilidade ambiental. A relação intrínseca entre a agricultura e as mudanças climáticas não pode ser negligenciada. Segundo cálculos independentes de Peter Smith, da Universidade de Aberdeen, as emissões do setor agrícola e o desmatamento representam uma parcela significativa, entre 17% e 32%, de todas as emissões de gases de efeito estufa provenientes de atividades humanas. Este cenário enfatiza a responsabilidade do setor em adotar práticas mais sustentáveis. 

Portanto, a gestão eficaz de agrotóxicos torna-se imperativa, alinhando-se com os princípios da Agenda 2030 e liberando a responsabilidade do setor agrícola na mitigação das mudanças climáticas e na preservação do ecossistema para as futuras gerações. 

ARTIGOS RELACIONADOS

Degradação do planeta é pior do que imaginamos, alerta geólogo em novo livro

Marco Moraes, pesquisador de mudanças climáticas, explica como as ações humanas transformaram a Terra em um lugar imprevisível e perigoso

Onda de calor no Brasil diminuirá em abril

Após altas temperaturas em todo o país, principalmente no Rio de Janeiro, a Meteum prevê temperaturas mais baixas

Tempestades, queimadas, frio e calor extremos preocupam

Na Alemanha, inundações invadiram ruas e destruíram casas deixando centenas de pessoas ...

Protetor solar ameniza calorão nas plantas

O estresse térmico pode causar problemas nas plantas em todos os estádios fenológicos. Portanto, uma opção interessante é o uso de produtos protetores solares de plantas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!