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A forma certa de aplicar fósforo no feijoeiro

Nilton Gomes Jaime

Engenheiro agrônomo, mestre e consultor-proprietário da Cerrado Consultoria Agronômica

ngjconsultor@yahoo.com.br

 

Créditos-Nilton-Gomes-Jaime
Créditos-Nilton-Gomes-Jaime

O Brasil é o maior produtor mundial de feijão (Phaeseolusvulgaris L.), com produção média anual, segundo dados do Ministério da Agricultura, de 3,5 milhões de toneladas. É um produto que faz parte da alimentação brasileira, por ser rico em proteínas, ferro e carboidratos, principalmente para aqueles com carência de ingestão de proteína de origem animal.

É cultivado por pequenos e grandes produtores em todas as regiões do Brasil. Os Estados de Goiás e Distrito Federal respondem por cerca de 10% da produção nacional de feijão (PEREIRA et al., 2010), enquanto Paraná e Santa Catarina são responsáveis por 35% (FEIJÃO…2013) e Minas Gerais, o segundo maior produtor de feijão do Brasil, responde com 19% (SILVA et al., 2011).

Grande parte do território destes Estados produtores de feijão está inserida no bioma Cerrado, onde os solos são naturalmente ácidos, de baixa CTC e deficientes em nutrientes essenciais à produção agrícola, como cálcio, magnésio, enxofre, potássio e, sobretudo, fósforo (LOPES e GUILHERME, 1984).

Essencialidade do fósforo

O fósforo é um elemento essencial para o crescimento e reprodução não só do feijoeiro, mas de todas as plantas, e suas funções não podem ser executadas por nenhum outro nutriente.

Sem um nível adequado de fósforo no solo, o feijoeiro não pode alcançar seu potencial produtivo máximo, pois o elemento está associado ao aumento da matéria seca da parte aérea, ao número de vagens/planta e ao peso de 100 grãos, fatores cruciais no estabelecimento de altas produtividades.

Outras funções importantes deste nutriente nas plantas de feijoeiro são:

ÜIncrementar o crescimento do sistema radicular;

Ü Ajudar no processo de maturação dos grãos;

Ü Transferência de energia (ATP) no interior da planta;

Ü Elemento essencial na estrutura de TPN – Trifosfopiridina Nucleotídeo – que funciona como carregador de elétrons ou hidrogênio durante a respiração celular;

Ü Formação das células;

Ü Associado à fixação de N2 em leguminosas.

 

Nilton Gomes Jaime, engenheiro agrônomo, mestre e consultor-proprietário da Cerrado Consultoria Agronômica - Créditos Nilton Gomes Jaime
Nilton Gomes Jaime, engenheiro agrônomo, mestre e consultor-proprietário da Cerrado Consultoria Agronômica – Créditos Nilton Gomes Jaime

Aplicação prática

Dentre as formas de distribuição (aplicação) de fertilizantes fosfatados, as que se destacam são a adubação de semeadura e a adubação a lanço antecipada. A primeira consiste na aplicação do fertilizante fosfatado e sementes ao mesmo tempo na linha de semeadura. O sistema convencional tem sido muito utilizado desde a invenção da semeadora-adubadora, que realiza este procedimento favorecendo o manejo das culturas.

A segunda forma consiste em antecipar a aplicação total ou parcial da quantidade de fertilizante fosfatado requerido pela cultura, permitindo que o processo de semeadura ocorra de forma mais rápida.

Os atrasos durante a operação de semeadura resultam em decréscimos na produtividade, sendo uma das razões da necessidade de aplicar grandes quantidades de adubo no momento da implantação da cultura.

Essas grandes quantidades implicam em maior tempo e número de abastecimentos da semeadora, influenciando na sua capacidade operacional. Portanto, uma das alternativas para contornar o problema é antecipar a adubação.

Neste sistema, a adubação é aplicada antes da semeadura, proporcionando um menor tempo nas paradas para o abastecimento da semeadora, redução do número de conjuntos, dos custos operacionais e total, possibilitando, desta forma, aumento na receita líquida, se comparado ao sistema tradicional, independentemente do período de semeadura.

No sulco ou a lanço?

A adubação no sulco vem sendo substituída pela aplicação a lanço sem incorporação, visando maior rendimento operacional nas janelas de semeadura, de modo que se aproveite ao máximo os períodos de safra e safrinha.

A adubação a lanço não tem maiores inconvenientes entre os nutrientes nitrogênio e potássio, mas em se tratando de fósforo, é uma prática ainda controversa e as opiniões divergem, e faltam estudos mais recentes sobre a aplicação a lanço em diferentes condições de solo, clima e sistemas de produção (RESENDE, 2013).

O método de aplicação do fósforo é muito importante para aumentar sua eficiência nutricional, principalmente em solos com baixo teor deste nutriente e que possuam alta capacidade de fixação, sem contar a baixa mobilidade do elemento no solo.

Barber (1995) relatou que os valores para a taxa de difusão de fósforo no solo estão na faixa de 10 ” 08cm2.s-1 a 10 ” 10cm2.s-1, uma translocação muito baixa. Aplicar fósforo a lanço apenas para aumentar a rapidez do plantio pode ser uma prática temerosa e vários outros aspectos devem ser levados em consideração no momento da decisão.

Essa matéria completa você encontra na edição de Julho 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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