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Ácidos húmicos melhoram o solo e a lavoura de mamão

Leonardo Barros Dobbss

Engenheiro agrônomo, doutor em Produção Vegetal e professor adjunto da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

ldobbss@gmail.com

Katherine Fraga Ruas

Bióloga, mestre em Ecologia de Ecossistemas edoutoranda do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

 

Crédito-Brapex
Crédito-Brapex

Substâncias húmicas são amplamente reconhecidas como importantes componentes da matéria orgânica, influenciando indiretamente as propriedades químicas, físicas e biológicas dos solos. Além de fornecerem nutrientes para as plantas por meio da mineralização, as substâncias húmicas também podem estimular diretamente o desenvolvimento e o metabolismo das plantas.

Vantagens para o mamoeiro

Apesar de poucos, existem trabalhos na literatura científica que mostram efeitos benéficos de ácidos húmicos (AH) de diferentes origens às características de crescimento, trocas gasosas e eficiência fotoquímica das plantas de mamoeiro.

De uma maneira geral, nesses trabalhos foram obtidas concentrações ótimas dos AH aliados a uma fase ideal de crescimento das plantas de mamoeiro visando sempre à melhoria na produtividade e desenvolvimento da cultura.

Para o solo

Nos solos, reconhecidamente os AH afetam a cinética de absorção de vários nutrientes. Além disso, os AH promovem melhoria na agregação do solo, aumentam a capacidade de troca de cátions e promovem uma menor perda de nutrientes potenciais.

Reconhecidamente os AH agem principalmente sobre as raízes das plantas, incrementando a emissão de raízes laterais e pelos absorventes. Em mudas de mamão, por exemplo, Ruas (2015) observou que diferentes AH incrementaram a área radicular e massa seca das raízes de mudas de mamão em até 120 e 58%, respectivamente.

Quando aplicar

As aplicações de substâncias bioestimulantes do crescimento vegetal, tal como os AH, devem ser realizadas sempre em fases importantes da fisiologia das plantas, independentemente da espécie vegetal.

De acordo com Ruas (2015), os valores médios das concentrações ótimas de diferentes AH variaram de 4,18 a 4,99 milimolar de carbono de AH por litro (mM C L-1 AH) para o incremento ao crescimento de mudas de mamoeiro.

 Katherine Fraga Ruas, Bióloga e mestre em Ecologia de Ecossistemas, e Leonardo Barros Dobbss, doutor em Produção Vegetal e professor adju
Katherine Fraga Ruas, Bióloga e mestre em Ecologia de Ecossistemas, e Leonardo Barros Dobbss, doutor em Produção Vegetal e professor adju

Custo

O custo vai depender do tamanho da área e também da concentração a ser utilizada. Em geral, o rendimento de extração dos AH é baixo, o que acaba gerando custos mais elevados, porém, novas técnicas de extração e obtenção desses materiais vêm sendo testadas atualmente a fim de minimizar os custos para o produtor.

Em relação ao custo-benefício, os benefícios da utilização de AH na agricultura são superiores aos custos, uma vez que a matéria orgânica e suas frações húmicas não beneficiam somente o crescimento e desenvolvimento vegetal, mas também melhoram a qualidade química, física e biológica dos agroecossistemas.

Informações extras podem ser obtidas na dissertação de mestrado da MSc. Katherine Fraga Ruas intitulada: “Qualidade e bioatividade da matéria orgânica do bioma mata atlântica em áreas com diferentes níveis de preservação“. Tal dissertação está depositada na biblioteca principal da Universidade Vila Velha.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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