21.6 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosGrãosAdubação potássica: Essencial para milho e soja

Adubação potássica: Essencial para milho e soja

Autores

Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)idalinepessoa@hotmail.com

Anne Carolline Maia LinharesLicenciada em Ciência Agrárias e Doutoranda em Ciência do Solo – UFPBanemaia-16@hotmail.com

José Celson Braga Fernandes Engenheiro agrônomo, doutorando em Biocombustíveis – UFU/UFVJM e fundador da Agro+ – celsonbraga@yahoo.com.br

Soja – Fotos: Shutterstock

O potássio (K) é um nutriente essencial para as culturas, sendo o segundo elemento mais absorvido pelas plantas por estar associado a estresses bióticos e abióticos, à qualidade de sementes e grãos, resistência a doenças fúngicas e outras funções, o que o torna determinante para a produtividade.

O potássio atua na ativação enzimática, tendo expressão significativa sobre a regulação dos estômatos e o controle osmótico dos tecidos. Quando em estado de déficit, as plantas apresentam alguns sintomas visuais, que aparecem inicialmente nas folhas mais velhas, com uma clorose seguida de necrose nas margens e pontas (Epstein; Bloom; 2006; Malavolta, 2006).

O manejo da adubação é essencial para isso, principalmente pela baixa fertilidade dos solos brasileiros. Mas, com o conhecimento de alguns conceitos sobre planta, solo e nutrientes, podemos aumentar a eficiência dos insumos e minimizar os riscos da cultura.

Como escolher e aplicar o potássio?

Entre os nutrientes mais utilizados pelos agricultores brasileiros estão os potássicos (cloreto e sulfato de potássio). A adubação potássica pode ser realizada tanto no sulco de semeadura quanto a lanço (Borkert et al., 2005b), sendo a aplicação a lanço antes da semeadura recomendada preferencialmente em solos de textura argilosa, com teores médios e bons de K.

A fonte mais empregada de potássio é o cloreto de potássio (KCl) (cerca de 96%). Doses acima de 60 kg de K2O ha-1 podem causar danos ao processo germinativo e à plântula, devido ao efeito salino do KCl (Chueiri et al., 2004)

Vários fatores são levados em consideração na aplicação para melhor aproveitamento deste elemento, como o tipo e a quantidade do fertilizante escolhido (solubilidade, granulometria), características do solo (textura, teor de matéria orgânica), da planta cultivada (forma de plantio, fisiologia da planta, morfologia da raiz) e como ocorre o contato do nutriente com as raízes.

A soja exige um alto consumo de K e também se mostra eficiente no aproveitamento desse nutriente ao longo do perfil do solo, com quantidades exportadas maiores que nas outras culturas, alcançando mais de 50% do total absorvido (Oliveira Junior et al., 2013).

Essencialidade

O K apresenta importância na nutrição mineral da cultura da soja por participar na formação de nódulos e aumentar o teor de óleo. A demanda de potássio é de aproximadamente 38 kg de K2O para a produção de uma tonelada do grão de soja, sendo que esta necessidade pode variar entre variedades (Oliveira Junior et al., 2013).

No milho, o K tem influência positiva na massa individual de grãos e no número de grãos por espiga, gerando um grande impacto na qualidade da cultura (Rodrigues et al., 2014).

Devido à alta solubilidade do potássio, o íon K+ apresenta baixa força de adsorção aos coloides do solo. Desta forma, o uso de doses parceladas faz com que o parcelamento de doses de K2O seja recomendado, com o objetivo de reduzir perdas de K+ por lixiviação e o efeito salino dos adubos sobre as sementes (Alvarez, 1999; Raij et al., 1997), especialmente em condição de solos de textura mais arenosa.

Em campo

[rml_read_more]

Parente et al. (2016), avaliando a utilização do potássio em cobertura e seu efeito residual para a cultura da soja em sucessão, encontrou resultados que demonstram para a cultivar BKB 390 Pro2 nas condições conduzidas por eles, a máxima eficiência técnica para a utilização da adubação potássica em cobertura na forma de K2O próxima a 90 kg.ha-1.

Fernandes et al (2020), ao avaliarem a fertirrigação potássica na cultura do milho verde, observaram que em solos ricos em potássio não se recomenda a adubação com esse nutriente para a cultura do milho, tendo em vista a não influência do mesmo no desempenho da cultura.

Dada a importância do nutriente no metabolismo da planta e sua relação com a produtividade do milho, é fundamental monitorar os níveis de potássio no solo a fim de fornecer a nutrição adequada para que o milho possa expressar sua capacidade produtiva

Custo-benefício

A soja e o milho são culturas de importância no cenário do agronegócio brasileiro e exigem um manejo eficiente em todas as fases de sua produção para alcançar grandes produtividades. Por isso, os agricultores que optam pelas culturas utilizam sementes certificadas, o sistema de plantio direto, rotação de cultura, e também a utilização de adubação balanceada por meio da aplicação de fertilizantes (Castro et al., 2006).

Porém, para se obter retornos econômicos sobre o investimento, deve-se realizar uma adubação racional e balanceada, visando um custo/benefício rentável (Reis et al., 2001). Com relação aos preços dos fertilizantes, esses são influenciados diretamente pelas variações dos mercados mundiais. Crises e altas do dólar são alguns dos principais motivos das altas dos preços desses insumos.

ARTIGOS RELACIONADOS

O fósforo e as substâncias húmicas

Nilva Terezinha Teixeira Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro...

Métodos de produção de mudas de maracujá

  Eduardo Augusto Girardi eduardo.girardi@embrapa.br Onildo Nunes de Jesus Pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura   O maracujá pode ser multiplicado por sementes, via sexuada, ou por estaquia e enxertia,...

A tradição do curso de Especialização em Solos e Nutrição de Plantas da ESALQ/USP agora também à distância

Programa SolloAgro de Educação Continuada em Agricultura Sustentável promove cursos para formação de especialistas, além de treinamentos, jornadas científicas e encontros técnicos Profissionais do campo...

Mudas de café com pseudomonas exigem medidas drásticas de controle

José Braz Matiello jb.matiello@gmail.com Saulo R. Almeida Engenheiros agrônomos da Fundação Procafé José Renato Dias Lucas Franco Engenheiros agrônomos da Fazenda Sertãozinho A doença mancha aureolada, causada pela bactéria Pseudomonasseryngaepv. garcae,...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!