Autores
Maria Idaline Pessoa Cavalcanti – Engenheira agrônoma e doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) –idalinepessoa@hotmail.com
Anne Carolline Maia Linhares – Licenciada em Ciência Agrárias e Doutoranda em Ciência do Solo – UFPB –anemaia-16@hotmail.com
José Celson Braga Fernandes – Engenheiro agrônomo, doutorando em Biocombustíveis – UFU/UFVJM e fundador da Agro+ – celsonbraga@yahoo.com.br
O potássio (K) é um nutriente essencial para as culturas, sendo o segundo elemento mais absorvido pelas plantas por estar associado a estresses bióticos e abióticos, à qualidade de sementes e grãos, resistência a doenças fúngicas e outras funções, o que o torna determinante para a produtividade.
O potássio atua na ativação enzimática, tendo expressão significativa sobre a regulação dos estômatos e o controle osmótico dos tecidos. Quando em estado de déficit, as plantas apresentam alguns sintomas visuais, que aparecem inicialmente nas folhas mais velhas, com uma clorose seguida de necrose nas margens e pontas (Epstein; Bloom; 2006; Malavolta, 2006).
O manejo da adubação é essencial para isso, principalmente pela baixa fertilidade dos solos brasileiros. Mas, com o conhecimento de alguns conceitos sobre planta, solo e nutrientes, podemos aumentar a eficiência dos insumos e minimizar os riscos da cultura.
Como escolher e aplicar o potássio?
Entre os nutrientes mais utilizados pelos agricultores brasileiros estão os potássicos (cloreto e sulfato de potássio). A adubação potássica pode ser realizada tanto no sulco de semeadura quanto a lanço (Borkert et al., 2005b), sendo a aplicação a lanço antes da semeadura recomendada preferencialmente em solos de textura argilosa, com teores médios e bons de K.
A fonte mais empregada de potássio é o cloreto de potássio (KCl) (cerca de 96%). Doses acima de 60 kg de K2O ha-1 podem causar danos ao processo germinativo e à plântula, devido ao efeito salino do KCl (Chueiri et al., 2004)
Vários fatores são levados em consideração na aplicação para melhor aproveitamento deste elemento, como o tipo e a quantidade do fertilizante escolhido (solubilidade, granulometria), características do solo (textura, teor de matéria orgânica), da planta cultivada (forma de plantio, fisiologia da planta, morfologia da raiz) e como ocorre o contato do nutriente com as raízes.
A soja exige um alto consumo de K e também se mostra eficiente no aproveitamento desse nutriente ao longo do perfil do solo, com quantidades exportadas maiores que nas outras culturas, alcançando mais de 50% do total absorvido (Oliveira Junior et al., 2013).
Essencialidade
O K apresenta importância na nutrição mineral da cultura da soja por participar na formação de nódulos e aumentar o teor de óleo. A demanda de potássio é de aproximadamente 38 kg de K2O para a produção de uma tonelada do grão de soja, sendo que esta necessidade pode variar entre variedades (Oliveira Junior et al., 2013).
No milho, o K tem influência positiva na massa individual de grãos e no número de grãos por espiga, gerando um grande impacto na qualidade da cultura (Rodrigues et al., 2014).
Devido à alta solubilidade do potássio, o íon K+ apresenta baixa força de adsorção aos coloides do solo. Desta forma, o uso de doses parceladas faz com que o parcelamento de doses de K2O seja recomendado, com o objetivo de reduzir perdas de K+ por lixiviação e o efeito salino dos adubos sobre as sementes (Alvarez, 1999; Raij et al., 1997), especialmente em condição de solos de textura mais arenosa.
Em campo
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Parente et al. (2016), avaliando a utilização do potássio em cobertura e seu efeito residual para a cultura da soja em sucessão, encontrou resultados que demonstram para a cultivar BKB 390 Pro2 nas condições conduzidas por eles, a máxima eficiência técnica para a utilização da adubação potássica em cobertura na forma de K2O próxima a 90 kg.ha-1.
Fernandes et al (2020), ao avaliarem a fertirrigação potássica na cultura do milho verde, observaram que em solos ricos em potássio não se recomenda a adubação com esse nutriente para a cultura do milho, tendo em vista a não influência do mesmo no desempenho da cultura.
Dada a importância do nutriente no metabolismo da planta e sua relação com a produtividade do milho, é fundamental monitorar os níveis de potássio no solo a fim de fornecer a nutrição adequada para que o milho possa expressar sua capacidade produtiva
Custo-benefício
A soja e o milho são culturas de importância no cenário do agronegócio brasileiro e exigem um manejo eficiente em todas as fases de sua produção para alcançar grandes produtividades. Por isso, os agricultores que optam pelas culturas utilizam sementes certificadas, o sistema de plantio direto, rotação de cultura, e também a utilização de adubação balanceada por meio da aplicação de fertilizantes (Castro et al., 2006).
Porém, para se obter retornos econômicos sobre o investimento, deve-se realizar uma adubação racional e balanceada, visando um custo/benefício rentável (Reis et al., 2001). Com relação aos preços dos fertilizantes, esses são influenciados diretamente pelas variações dos mercados mundiais. Crises e altas do dólar são alguns dos principais motivos das altas dos preços desses insumos.