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terça-feira, maio 7, 2024
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Alface americana – Liderança em fast foods

 

Jean de Oliveira Souza

Engenheiro agrônomo, pós-doutorando em Agronomia/Melhoramento Vegetal no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA/UFPB)

jsoliveira1@hotmail.com

Crédito Renata Theodoro
Crédito Renata Theodoro

A alface (Lactuca sativa) ainda é considerada a hortaliça folhosa mais consumida no mundo, e tem papel importante na alimentação do brasileiro. No Brasil, existem numerosas cultivares de alface, grande parte oriunda de programas de melhoramento genético realizado no Brasil ou no exterior.

Até o início da década de 90 a maioria dos consumidores preferia alfaces de coloração verde, com folhas lisas ou crespas, sem formação de “cabeças“, sendo que hoje está havendo também uma grande demanda de alface do tipo americana, embora as primeiras ainda dominem esse segmento do mercado nas feiras livres e supermercados.

Diferente de todas

A alface do tipo americana foi introduzida no Brasil no início da década de 80, e se diferencia dos demais tipos por apresentar folhas externas de coloração verde-escura, crespas, consistentes e nervuras evidentes, folhas internas de coloração amarela ou branca, imbricadas, semelhantes ao repolho e crocantes, formando “cabeça“.

A alface americana tem se destacado graças ao seu sabor suave, folhas com capacidade de se manterem crocantes mesmo em contato com altas temperaturas, maior resistência ao transporte e potencial de armazenamento por maior tempo.

A alface americana, além de ser consumida in natura, é também amplamente utilizada pela indústria de processamento mínimo por suportar melhor o processamento.  Nas redes de “fast foods“, este tipo de alface tem grande aceitação, principalmente pela capacidade de manter-se crocante quando em contato com altas temperaturas no interior dos sanduíches, quando comparadas a outras cultivares.

Demanda

No Brasil, esse tipo de alface vem adquirindo crescente destaque, e para atender a demanda das indústrias no preparo de refeições e sanduíches seu cultivo está sendo realizado de modo contínuo, durante o ano todo, embora, por ser uma hortaliça de inverno, seu cultivo em determinadas épocas do ano seja dificultado pelo aumento na incidência de doenças e desequilíbrios nutricionais, principalmente no verão, quando as temperaturas são elevadas e as chuvas são frequentes durante o desenvolvimento da cultura.

Condições ideais para o cultivo

Para o desenvolvimento vegetativo, a alface prefere temperaturas amenas, sendo as noturnas inferiores a 15ºC e superiores a 7ºC as ideais. Dependendo da cultivar, temperaturas elevadas (acima de 25 ºC) e fotoperíodo longo induzem a planta a passar da fase vegetativa para a reprodutiva, sendo observado no campo a formação de plantas menores e com início de pendoamento.

No caso da alface americana, a temperatura ideal para o seu desenvolvimento está entre 15,5 e 18,3ºC. Temperaturas muito elevadas podem provocar queima de bordas das folhas externas, formação de cabeças pouco compactas e também contribuir para a ocorrência de deficiência de cálcio e desordem fisiológica conhecida como “tip-burn”.

Baixas temperaturas, próximas do congelamento em plantas jovens, não provocam danos, porém, o desenvolvimento é retardado, condições que prejudicam as plantas e, principalmente, as folhas externas.

No Brasil, esse tipo de alface vem adquirindo crescente destaque - Crédito Jacareí Agricultura
No Brasil, esse tipo de alface vem adquirindo crescente destaque – Crédito Jacareí Agricultura

Qualidade

 

Os principais atributos de qualidade da alface americana, além de ser uma planta bem formada, de cabeça compacta e boa aparência da folhagem, se dão principalmente pela ausência de danos físicos, insetos e lesões provocadas por doenças.

Como a cultura da alface está sujeita ao ataque de várias doenças e pragas, ela faz com que o produtor normalmente necessite lançar mão de alternativas de controle para garantir uma boa aparência do produto. Para a escolha do manejo fitossanitário adequado, deve ser levado em consideração o custo-benefício do controle e sua eficiência para o combate às pragas de doenças, mantendo sempre a qualidade do produto sem comprometer a saúde do consumidor.

Conservação

Esse tipo de alface apresenta maior vida pós-colheita e maior facilidade no manuseio, possibilitando transporte a longas distâncias, acarretando em maior valor agregado no mercado consumidor.

A alface, por ser um produto altamente perecível, exige cuidados em seu pós-colheita. O uso de embalagem e refrigeração se mostram essenciais para uma maior vida útil pós-colheita. Alface armazenada sob condições de temperatura e 0 a 3ºC e umidade relativa acima de 90% conserva-se por um período médio de duas a três semanas.

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