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Como reconhecer a mancha de alternária em mangas

Recomenda-se, em campo até a fase da pré-colheita, três aplicações de maneb a 0,25%

Sinara de N. Santana Brito
sinara.santana@unesp.br

Harleson Sidney Almeida Monteiro
harleson.sa.monteiro@unesp.br
Engenheiros agrônomos e mestrandos em Agronomia/Horticultura – UNESP

Antonia B. da Silva Bronze
Doutora e professora – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
antonia.silva@ufra.edu.br

A cultura da mangueira (Mangifera indica L.) tem seu centro de origem no Sudeste Asiático. O cultivo ocorre em diversas regiões do mundo. No Brasil, ela encontra condições edafoclimáticas ideais para seu cultivo em quase todos os Estados.

A mancha de alternária é uma doença recente na manga
Foto: Sinara Brito

A produção nacional da cultura da mangueira é de 1.505.372 toneladas de frutos, em 76.889 hectares de área plantada. Cerca de 82% da produção nacional se concentra em três estados, que são: Bahia, Pernambuco e São Paulo, com as maiores produções, respectivamente.

Devido à importância da cultura da mangueira na economia do País, é preciso cuidado com as doenças que podem infectar as plantas. As de maior importância na mangueira são: podridão seca, verrugose, mancha de alternária, entre outras.

A mancha de alternária tem como agente causal a Alternaria alternata e Alternaria solani. Trata-se de uma doença fúngica, disseminada em poucas regiões produtoras e de ocorrência recente na cultura da mangueira. Isso torna as informações acerca de sua epidemiologia escassas em pomares comerciais.

É considerada uma doença saprófita ou parasita fraco, que são capazes de infectar apenas plantas enfraquecidas. O fungo está constantemente causando queima nas bordas de folhas, sendo bastante agressivo, de ocorrência em toda a região da copa das plantas.

Sintomas

Seus sintomas também são encontrados sobre a casca dos frutos, como manchas cloróticas ou ligeiramente amareladas, com tonalidades arroxeadas, com comprimento de 1,0 a 3,0 mm de diâmetro.

Com a evolução do estádio de maturação do fruto, as manchas crescem de tamanho, atingem coloração escura e bordas bastante desuniformes e irregulares. Ressalta-se que as lesões, sejam no estádio inicial ou nos mais avançados, não são deprimidas.

O avanço da doença e seu nível de agressividade são favorecidos por alta umidade e temperaturas elevadas, principalmente durante o armazenamento dos frutos, ocorrendo o desenvolvimento de uma estrutura denominada micélio, de coloração cinza e conídios, que são característicos de Alternaria.

Ataque  

O patógeno acomete folhas, panículas e os frutos. Nos frutos afetados desde o seu desenvolvimento, o fungo permanece na fase de quiescência até a fase e colheita. A lesão na casca do fruto ocorre de forma mais superficial, que é comumente ocorrida pela antracnose, e não ocasiona o amolecimento da polpa, até a fase final do desenvolvimento da doença.

Sintomas da mancha de alternária na folha
Foto: Sinara Brito

Ressalta-se que o fungo sobrevive em folhas, ramos e nas inflorescências infectadas que são deixadas nas áreas de pomar de mangueira, agindo como fontes do inóculo, e sua disseminação ocorre por meio do vento, contato com respigo de chuvas e com o orvalho.

Já o principal período de infecção pela doença ocorre em épocas de elevada umidade relativa do ar.

Resistência

Existem três variedades mais resistentes à doença da mancha de alternária, que são: Keitt > Haden > Tommy Atkins. O conhecimento sobre as variedades resistentes à doença é importante para que o controle seja eficiente e menos custoso, já que se inicia com a eliminação dos restos de podas, demais materiais e frutos mumificados de safras anteriores.

Manejo

Para o controle da doença no Brasil, ainda não se tem fungicidas registrados. Contudo, em Israel as aplicações com fungicidas utilizados no controle da antracnose têm surtido efeitos também no controle da mancha da alternária em plantas e frutos no campo. Para controle da fase de pós-colheita, tem sido recomendado o tratamento hidrotérmico com aspersão de água aquecida (consiste em controlar a doença pós-colheita e preservar a qualidade do fruto durante a fase de armazenamento, induzindo a resistência contra infecções e lesões que podem acometer a casca dos frutos).

De maneira mais aplicável, recomenda-se, em campo até a fase da pré-colheita, três aplicações de maneb a 0,25%, que tem atividade protetora da enzima antioxidante, sendo indicada a primeira aplicação duas semanas após o início de formação dos frutos.

Na hora certa

Estudos mostram que o controle da doença com tratamento químico na pré-colheita tem efeito redutor significativo, controlando cerca de 40% das infecções, sendo uma alternativa de aplicação como fonte de proteção para o pós-colheita.

O controle da doença na pós-colheita tem eficiência no manejo do fungo nas variedades Tommy Atkins, Keitt e Irwin, quando aplicados os fungicidas iprodione e flusilazol + mancozeb, tendo eficiência de até 100% no controle da infecção, dependendo da variedade.

De acordo com o Manual Técnico da Embrapa, para controle da mancha de alternária recomenda-se:

Assim como o controle químico, quando os níveis de ação forem atingidos, utilizando-se fungicidas registrados para a cultura da mangueira, é permitido tratamento químico quando as condições climáticas forem favoráveis, conforme anteriormente descrito.

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