26.6 C
Uberlândia
quarta-feira, maio 1, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiControle eficiente da traça-do-tomateiro

Controle eficiente da traça-do-tomateiro

 

Dirceu Pratissoli

Doutor e professor do Núcleo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Manejo de Pragas “NUDEMAFI“ – Centro de Ciências Agrárias e Engenharias “CCAE“ da Universidade Federal do Espírito Santo

dirceu.pratissoli@gmail.com

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

Tuta absoluta é considerada uma praga de destaque, conhecida vulgarmente como traça-do-tomateiro. Esta é a única praga do tomateiro que pode ocasionar três danos à planta. Normalmente os adultos fazem suas posturas nas folhas, sendo 71% dos ovos alocados nas folhas do terço superior, 23,2% nas do terço médio e 5,8% no terço inferior.

Após a eclosão, as lagartas penetram no tecido vegetal dos folíolos mais tenros e passam a destruir o parênquima foliar, provocando a chamada mina. Outro dano pode ocorrer quando as plantas estão no estágio inicial de crescimento – as lagartas perfuram as brotações apicais, impedindo o crescimento da planta.

Além desses danos, os frutos podem ser alvo de ataque dessa praga, quando as lagartinhas penetram no pericarpo do fruto e fazem galerias na polpa, depreciando o tomate para a comercialização.

Outro fator de severidade dessa praga é que em campo as gerações da traça são superpostas, podendo ocorrer em uma lavoura infestada todos os estágios da praga ao mesmo tempo.

Condições para o ataque

Em relação às condições climáticas, a ocorrência dessa praga está diretamente relacionada às condições de altas temperaturas e umidade, e em relação à cultura em si, quando mal manejada, com adubação desequilibrada e plantios próximos a áreas com restos culturas de tomateiro, também ocasionam a traça.

Silício x traça

Para esclarecimento, podemos informar que o silicato de cálcio tem ação contra algumas pragas, principalmente aquelas que são mastigadoras. O silício é um elemento não essencial para as plantas, porém, algumas têm a capacidade de absorvê-lo e armazenar em seus tecidos.

Para essas plantas basta uma aplicação de silicato de cálcio e a mesma adquire resistência induzida. A exemplo, podemos citar as monocotiledôneas como o milho, arroz, pastagem, sorgo, etc.

Existem também as plantas não acumuladoras de silício, e para essas há necessidade de aplicações sequenciadas de silicato de cálcio para haver a indução de resistência. No caso do tomateiro, a capacidade de absorção é extremante baixa.

Pela baixa capacidade de absorção de silicato de cálcio e pelo fato de não ocorrer a indução de resistência na planta de tomateiro, a traça não é controlada por meio dessa técnica. Quanto às características fitotécnicas do silício no tamanho dos frutos, não podemos afirmar nenhum resultado, pois não foi alvo de nossas pesquisas.

A ocorrência dessa praga está diretamente relacionada às condições de altas temperaturas e umidade - Crédito Trebeschi Tomates
A ocorrência dessa praga está diretamente relacionada às condições de altas temperaturas e umidade – Crédito Trebeschi Tomates

Manejo

O manejo dessa praga pode ser feito com o uso de um parasitoide de ovos do gênero Trichogramma, que hoje é comercializado em nosso País. A recomendação é a liberação de 150.000 vespas a cada três dias, iniciando 20 dias após o transplantio.

Outro método é o uso do ensacamento das pencas de tomate. Neste caso, as sacolas deverão ser confeccionadas com um tecido chamado TNT, o qual permite a respiração dos frutos.

A recomendação mais importante no manejo é fazer o monitoramento dessa praga a cada quatro dias, e quando o índice atingir o nível de dano, utilizar um inseticida específico para a traça-do-tomateiro. No caso de um plantio com Trichogramma, a recomendação é fazer a aplicação de um produto seletivo a esse inimigo natural, com pulverizações três dias antes ou depois da liberação.

Viabilidade

O custo do emprego do sistema de manejo supra citado é viável, pois o gasto será igual ou menor que o do uso exclusivo com inseticidas.

A análise do custo-benefício é feita da seguinte maneira:

  • Redução do uso de inseticidas;
  • Menor risco de intoxicação do produtor;
  • Uso de sistema de manejo de baixo impacto ambiental;
  • Produto sem resíduo de agrotóxicos;
  • Produto com preço diferenciado.

Essa matéria você encontra na edição de janeiro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

 

ARTIGOS RELACIONADOS

Pêssego já pode ser cultivado em todo o Brasil

  Rafael Pio Professor de Fruticultura de Clima Temperado na Universidade Federal de Lavras (UFLA) rafaelpio@hotmail.com   Entre os vários tipos de frutíferas, o pessegueiro está entre aquelas que...

Nitrato de cálcio e MAP no feijoeiro irrigado

A cultura do feijoeiro apresenta grande importância econômica no cenário agrícola brasileiro. Entretanto, as produtividades estão bem abaixo do potencial expresso da cultura.

Novas tecnologias revolucionam tratamento de sementes

  A busca por altos rendimentos, em qualquer cultura, começa com a escolha do cultivar de maior potencial de rendimento e adaptado à região de...

Aminoácido garante vigor na batata

  Luis Fernando Gundim Consultor da Cia da terra luis.fernando@ciadaterra.com Aminoácidos são as unidades estruturais básicas que compõem os peptídeos, proteínas, sendo também precursores de outras...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!