Leticia Rodrigues de Oliveira – leticiaoliveira.agro@gmail.com
Antônio Gabriel Feliciano Santos – antoniogabriel219@gmail.com
Graduandos em Agronomia – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (UNIFIO)
Adilson Pimentel Junior – Engenheiro agrônomo, mestre em Agronomia e professor – UNIFIO – adilson_pimentel@outlook.com
Aline Mendes de Sousa Gouveia – Engenheira agrônoma, doutora e professora – UNIFIO – alinemendesgouveia@gmail.com
A couve-manteiga (Brassica oleracea L. acephala), hortaliça anual ou bienal da família Brassicacea, é originária do continente Europeu. Atualmente, é uma das principais hortaliças folhosas cultivadas no Estado de São Paulo e no Brasil.
Seu consumo vem aumentando de maneira gradativa, devido, provavelmente, às novas maneiras de utilização na culinária (suco verde ou detox) e às suas propriedades nutricionais e medicinais, quando comparado a outras folhosas. A população está buscando uma melhor qualidade de vida, com o consumo da couve, e sua procura está se ampliando no mercado nacional.
Por este motivo, seu cultivo traz um bom retorno econômico ao produtor rural e até mesmo para aqueles que têm pouca experiência com plantios, pois pode ser cultivada em hortas caseiras ou vasos/jardineiras, pela fácil condução e manejo, assim como baixo custo para a instalação.
Comercialização
A comercialização da couve-manteiga poderá ser feita na forma de maços com 400 gramas ou no sistema semi-processado, onde as folhas são picadas, higienizadas e acondicionadas em bandejas de polipropileno expandido envoltas por filme PVC ou em sacos plásticos de polipropileno (PP) ou poliestireno de baixa densidade (PEBD), o que agrega maior valor ao produto.
A produtividade varia de acordo com a propagação, mas as couves produzem entre 4,0 e 5,0 kg de folhas por planta anualmente, cerca de 125 mil maços de 400 gramas por hectare em áreas comerciais.
Custo
O custo de produção da couve, em 2019, foi de aproximadamente R$ 24.900 por hectare, consideramos espaçamento em fileiras duplas de 1,2 m x 0,5 m x 0,5 m, totalizando 23.000 plantas por hectare e rendimento de colheita com 1.200 maços por dia/homem.
A maior participação neste custo é representada pela mão de obra, com 27,5% do total. O custo dos insumos agrícolas representou o segundo maior valor, com 23,3% do montante total, sendo um exemplo o custo com sementes, que varia de R$ 19, o equivalente a 10 gramas de uma variedade, com cerca de 3 mil unidades, a R$ 25 o milheiro de um híbrido.
O preparo do solo e os tratos culturais, como a irrigação, compõem o terceiro grupo mais importante do custo de produção da couve, com 20% do total. Finalmente, o custo com a formação de mudas e de oportunidade complementam o total dos custos de produção, com 29,2%. Custo de comercialização unitária do maço: R$ 0,20.
Rentabilidade
Será boa a rentabilidade no cultivo de couve-manteiga, se empregadas as boas técnicas de manejo e em seu pré-processamento, tanto na comercialização na forma de maços como picada e embalada.
Os gastos se iniciam desde o preparo da área, passando pela correção do solo, adubação, compra das mudas, controle fitossanitário e pagamento de mão de obra, se necessário. Os custos serão distintos em cada região de cultivo, havendo a necessidade de realizar um estudo de mercado para verificar a viabilidade do negócio.
Verifica-se que a melhor maneira de comercialização das folhas é picada e embalada. Claro que é mais trabalhoso e exigente de boas práticas de higienização, contudo, a venda de um saco de 250 gramas no varejo é de R$ 2,50. O retorno será compatível com as técnicas de manejo e investimentos realizados, o que reflete no volume de colheita e sua periodicidade.