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Cultivo de cacau ganha espaço

O cultivo de cacau está ganhando cada vez mais espaço, promovendo o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental.

Andrey Vetorelli Borges
Engenheiro agrônomo – SAA – CATI Regional São José do Rio Preto
andrey.vetorelli@cati.sp.gov.br

Os pequenos produtores enxergam o cacau como uma cultura segura, já que se trata de uma commodity, com preço estabelecido em bolsa de valores e com liquidez na venda.

Em geral, os produtores não querem desistir da atividade que já possuem experiência, mas precisam buscar a diversificação para minimizar problemas com a renda quando sua cultura principal é afetada.

O Brasil figura entre os cinco maiores produtores de cacau do mundo
Créditos: Embrapa

A cultura de seringueira, por exemplo, é uma atividade altamente dependente de mão de obra especializada, e esses trabalhadores podem ser aproveitados também no cultivo do cacau, aumentando de forma significativa a renda destes trabalhadores e incentivando a sua permanência no campo.

Oportunidade

O cacau passou a despertar o interesse dos produtores, por possuir um alto potencial de valor agregado, com alta rentabilidade por área e fácil comercialização, tanto para grandes empresas quanto para produtores de chocolates artesanais.

A possibilidade de armazenar as amêndoas para negociá-las no momento mais favorável é outra característica que também atrai os produtores. Além disso, o cacau tem se mostrado uma cultura que atende aos três pilares de sustentabilidade (econômico, social e ambiental), o que também agrega valor ao produto e amplia as possibilidades de mercado.

Suporte e orientação

A CATI é um órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, responsável pela Ater no estado paulista. Seu corpo técnico, por meio da extensão rural, possui um papel fundamental de orientar o produtor, desde o planejamento do cultivo de cacau até sua comercialização ou processamento.

Os técnicos orientam os produtores para que eles adotem a tecnologia adequada para cada região e propriedade, acompanham a execução dos projetos, apoiam o produtor na obtenção de crédito e comercialização e na organização de produtores para essa cadeia produtiva.

Também atuam na divulgação das tecnologias, por meio das Unidades de Adaptação de Tecnologia, com cursos, palestras e eventos. Estão em constante aperfeiçoamento através participações em eventos da área, visitas técnicas e troca de experiências com pesquisadores do estado e da Ceplac.

Mais conhecimentos

Muitos produtores e técnicos vêm buscando informações sobre a cultura, visitando áreas e participando dos eventos promovidos pela CATI. Os principais desafios são fatores climáticos, os quais são mitigados com a adoção de tecnologias apropriadas, oferta de crédito e disponibilidade de mudas de qualidade para plantio.

Um grande avanço para o setor é a produção de mudas de qualidade em embalagens biodegradáveis a baixo custo, o que vem sendo viabilizado pela CATI Sementes e Mudas.

Inovação

Mais uma vez, o Estado de São Paulo se mostra inovador e sustentável. Após intenso trabalho de adaptação e divulgação de tecnologia realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), por meio da extensão rural, é possível celebrar a evolução da área plantada com tecnologia e o aumento expressivo de produtores de diversas regiões interessados em investir na cacuicultura, que vem se firmando como alternativa viável dos pontos de vista econômico, social e ambiental.

Nasce, então, o Programa Cacau SP com a assinatura do Protocolo de Cooperação entre a SAA, por meio da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) e dos institutos de pesquisa da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) – maior autoridade em cacauicultura das Américas, que visa permitir a instalação da cadeia produtiva de forma organizada no Planalto Paulista e também no Vale do Ribeira.

O Estado possui…

• Produtores com vocação e disposição em investir na cacauicultura;

• Solos de qualidade, clima adequado, com característica de zona de escape das doenças do cacau;

• Capilaridade de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) – a CATI está presente na quase totalidade dos municípios paulistas, por meio das Casas da Agricultura – e excelência em centros de pesquisa;

• Empresas ligadas ao segmento;

• Grande mercado consumidor;

• Logística e infraestrutura de comercialização para os mercados interno e externo.

O queridinho de todos

Com origem na Amazônia e em regiões da América Central, o cacau tem seu cultivo estabelecido principalmente nas regiões norte e nordeste, que fazem o Brasil figurar entre os cinco maiores produtores do mundo.

Apesar disso, o país não é autossuficiente no atendimento ao mercado interno, sendo, portanto, um importador de outros países. E com o olhar no futuro, São Paulo abre uma janela de plantio em áreas não tradicionais de cultivo, para contribuir para o Brasil alcançar autossuficiência.

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