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Efeito de período de amontoa no alho poró

Crédito Ana Maria Diniz

Leandro Luiz Marcuzzo
leandro.marcuzzo@ifc.edu.br
Patricia Goulart da Silva
Neverton Duz Ferreira
Gabriela Sagás

Pesquisadores – Instituto Federal Catarinense – IFC/Campus Rio do Sul

A produção de condimentos é uma importante fonte de renda e sustentabilidade para pequenas propriedades agrícolas. O alho-porro, ou alho-poró (Allium porrum L.; sin. Allium ampeloprasum L.), é um dos condimentos com demanda pelo consumidor, seja na forma in natura comercializada em feiras e supermercados ou mesmo processada, devido à procura pela indústria de sopas desidratadas (Figueira, 2008).


O alho poró é uma espécie predominantemente invernal, exigindo frio ao longo do ciclo. A planta lembra o alho, porém, é mais vigorosa, com folhas mais largas e alongadas. A parte utilizada para alimentação caracteriza-se pelo pseudocaule alongado, que atinge de 10 a 20 cm de comprimento e de 3,0 a 6,0 cm de diâmetro, que pode ser estiolado, tornando-se branco, sendo que a base apresenta um bulbo simples.


A amontoa, ou achegamento de terra junto às plantas, é um trato cultural indispensável para obter talos ou pseudocaules de cor branca, macios e de maior valor comercial. À medida que as plantas vão crescendo, se faz o achegamento de terra ao seu redor, deixando visível a extremidade do pseudocaule com as folhas.


Deste modo, se alonga para obter luz para fotossíntese e ao mesmo tempo evita a exposição das hastes à luz solar, o qual o torna verde. A amontoa se inicia aos 30-40 dias após o transplantio, junto com a primeira adubação de cobertura.
Durante o processo, deve-se evitar a entrada de resíduo dentro da bainha das folhas para obter hastes limpas, longas e brancas. São realizadas duas a três amontoas, aterrando-se as plantas para provocar o estiolamento do pseudocaule comestível, exigência para quando o produto se destina à mesa, já que para as agroindústrias a amontoa não é feita.
No entanto, especialistas recomendam a amontoa entre 90 a 100 dias depois do plantio para que o talo fique tenro e branco.


Como não se dispõe de informação adicional sobre a amontoa na cultura, este trabalho tem como objetivo caracterizar o efeito do período de amontoa no rendimento do alho poró.

Material e métodos

O experimento foi realizado de 14 de junho a 15 de novembro de 2021, no Instituto Federal Catarinense, IFC/Campus de Rio do Sul, município de Rio do Sul (SC), com latitude Sul de 27°11’07”, longitude Oeste de 49°39’39” e altitude de 687 metros do nível do mar.


Segundo a classificação de Köeppen, o clima local é subtropical úmido (Cfa) e solo classificado como Cambissolo Háplico Tb distrófico, com os seguintes atributos químicos: pH em água de 6,0; teores de Ca+2, Mg+2, Al+3 e CTC de 4,2; 1,8; 0,0 e 9,54 cmolc.dm-3, respectivamente; saturação por bases de 66,49%, teor de argila de 30% m/v e teores de P e K de 14 e 134 mg.dm-3, respectivamente.


Os dados meteorológicos foram obtidos de uma estação Davis® Vantage Vue 300m localizado ao lado do experimento e os dados médios durante a condução do experimento foram de 14,9ºC para temperatura do ar, de 15,5 horas de umidade relativa do ar ≥90% e a precipitação pluvial acumulada foi de 554,8 mm.


Sementes de alho poró da cultivar Carrentan foram semeadas na densidade de 3,0 g.m2, em canteiro coberto com aproximadamente 1,0 cm de pó de serra e, após 60 dias, quando as plantas apresentavam entre 10 – 12 cm e 0,5 cm de diâmetro contendo a primeira folha expandida, foram transplantadas em experimento conduzido em blocos casualizados com três repetições e sete tratamentos constituídos de amontoa aos 30, 60 e 90; 30, 60, 90 e 120; 60 e 90; 60, 90 e 120; 90 e 120; 120 dias e testemunha sem amontoa.

Representação

Cada unidade experimental foi representada por uma área de 1,60 x 1,00 m com 40 cm entre fileiras, contendo cinco linhas e de 20 cm entre plantas, totalizando 30 plantas, equivalente a 187.500 planta.ha-1.
A adubação no plantio foi feita com NPK na proporção de 40:300:135 kg.ha-1 e as adubações de cobertura (40 kg.ha-1) com N na forma de ureia (46%) foi feita aos 30, 60, 90 e 120 dias após o transplantio.


No momento do plantio foi aplicado boro (bórax) na proporção de 20 kg.ha-1; zinco (sulfato de zinco) com 30 kg.ha-1 e manganês (sulfato de manganês) com 10 kg.ha-1. Demais tratos culturais seguiram as normas da cultura.
Foram utilizadas cinco plantas centrais aleatórias de cada repetição. Ao final de 150 dias do transplante foram utilizadas para a avaliação da altura (cm), diâmetro acima do pseudobulbo (cm) e peso médio (g) por pseudocaule e rendimento (kg.ha-1).
Essas plantas foram seccionadas transversalmente entre a região do pseudocaule comestível e da primeira folha, sem considerar as folhas cortadas que normalmente são comercializadas, para evitar que tenham brotamento do pseudocaule.
As médias do rendimento foram submetidas à análise de variância pelo teste de F e, quando significativas, foram comparadas pelo teste de Tukey 5% para verificar o período de amontoa com o rendimento da cultura.

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