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Eficiência no controle de Sclerotinia do repolho

Combata a Sclerotinia do repolho com eficiência e proteja sua plantação.

Maurício Alves de Oliveira Filho
Engenheiro agrônomo e mestrando em Produção e Tecnologia de Sementes – UFU
mauricio.aof@gmail.com

Há décadas o uso extensivo de defensivos agrícolas químicos é uma realidade mundial e nacional, o qual proporcionou diversas vantagens e desvantagens para a agricultura. Entretanto, seu uso desenfreado, excesso de aplicações, superdosagem e até mesmo subdosagem proporcionam grandes riscos ao meio ambiente (água, fauna e flora).

Tais problemáticas entram em desacordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Crédito:Shutterstock

Controle biológico

O uso de inimigos naturais (parasitoides, predadores e patógenos) para o controle de pragas e doenças é definido como controle biológico e é um importante pilar no manejo produtivo das lavouras.

Embora este pilar seja conhecido desde 1950, somente na atualidade ele teve seu advento, impactando de forma positiva na condução das lavouras, em que o fungo Trichoderma pode ser considerado um dos principais protagonistas.

Complementar o manejo com o controle biológico visa garantir uma agricultura mais sustentável, com maior economia no bolso do agricultor, além da capacidade de combater as estruturas de resistências dos fitopatógenos, entre outros.

Mas, afinal o que é Trichoderma?

O Trichoderma é um importante fungo habitante do solo, comumente encontrado associado à rizosfera das plantas e à fração orgânica dos solos, presente em uma extensa gama de latitudes do globo, abrangendo climas temperados a tropicais.

Sua filogenia é tida como pertencente à classe Sordariomycetes, do filo Ascomycota, possuindo reprodução sexuada e assexuada, comumente encontrado em colorações hialinas até em estágios mais avançados, apresentando uma coloração verde.

Entre suas diversas habilidades, o que mais chama a atenção deste fungo é sua alta capacidade de colonização de rizosferas e diferentes substratos, tornando-o um fungo muito oportunista, capaz de combater fitopatógenos de diferentes ambientes.

Seus mecanismos de ação se resumem em competição, antibiose, parasitismo, indução de resistência e promoção de crescimento.

Compostos voláteis

Os compostos voláteis, basicamente, são compostos químicos de baixo peso molecular, também conhecidos como metabólitos secundários, que permitem a sinalização, desenvolvimento e interação com outros organismos, permitindo assim que o Trichoderma atue criando relações benéficas com as plantas e, ao mesmo tempo, consiga controlar pragas e doenças.

Patógenos controlados pelo Trichoderma

Dentre os principais patógenos que o Trichoderma consegue controlar ou inibir, podemos citar os fungos de solo causadores de podridão e murchas, como por exemplo: Fusarium, Sclerotinia, Phytophthora, Rizhoctonia e outros.

Tanto o Trichoderma como a Sclerotinia sclerotiorum são fungos habitantes do solo. Dito isso, o fungo Sclerotinia sclerotiorum é um importante fitopatogênico na cultura do repolho e brássicas em geral, causando prejuízos enormes.

O manejo para o seu controle constitui-se em práticas conjuntas, uma vez que o mofo-branco possui a habilidade de produzir escleródios (estruturas de sobrevivência) que podem permanecer viáveis no solo por anos, aumentando sua pressão de infecção na região produtora.

O Trichoderma, como agente de controle biológico, consegue parasitar e degradar justamente estes escleródios no solo, conseguindo combater e diminuir o inóculo deste patógeno nas lavouras infestadas.

Como aplicar o Trichoderma no repolho

Em lavouras de repolho, o tratamento de sementes ganha destaque com a utilização do Trichoderma como agente de controle biológico, sempre atentando para as formulações corretas que cada produto presente no mercado nacional exige.

Há, também, as aplicações no solo, que devem ser feitas dias antes implantação da cultura ou na parte aérea da planta.

No campo

O uso deste fungo vem demonstrando grande eficiência no controle e inibição dos agentes fitopatogênicos, uma vez que esta interação simbiótica com as culturas e antagonistas para com os patógenos vêm demonstrando ser cada dia mais um mercado promissor e consolidado, trazendo mais oportunidades de manejo, controle, empregos e desenvolvimento da agricultura no nosso País.

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