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Dirceu Pratissoli
Doutor e professor do Núcleo de Desenvolvimento de Manejo Fitossanitário de Pragas e Doenças (NUDEMAFI) – Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES), Alegre (ES)
São cinco as principais brocas prejudiciais ao tomateiro: broca pequena (Neoleucinodes elegantalis), broca grande (Helicoverpa zea), brocão (Spodoptera eridania), falsa medideira (Trichoplusia ni) e broca das partes reprodutivas (Helicoverpa armigera).
Todas as brocas têm por preferência atacar quando se inicia o processo de frutificação, no entanto, algumas possuem características de ataque diferenciado. A broca pequena prefere frutos quando estes estão com mais de 2 cm de diâmetro e encerram o ataque quando os frutos entram na fase de amadurecimento.
A broca grande e o brocão preferem frutos verdes no final de enchimento, a falsa medideira prefere frutos verdes e novos e a broca das partes reprodutivas ataca frutos em qualquer idade.
Prejuízos
O primeiro fato que se deve levar em consideração é de que material a sacola é feita, sendo que o tecido TNT tem se mostrado de melhor eficiência. O ensacamento deve ser de toda a penca, e não de frutos isolados.
O início do ensacamento deve acontecer antes dos frutos atingirem 2 cm de diâmetro. O tamanho da sacola deve ser adequado para que os frutos permaneçam até a fase de amadurecimento, mas os frutos não podem ficar imprensados, o que pode deformá-los.
O ensacamento dos frutos
O ensacamento dos frutos é uma nova opção que está se iniciando no Brasil, principalmente para quem produz tomate certificado. A eficiência da técnica é de 100% contra as brocas, pois a técnica impede os adultos de fazerem a postura nas plantas, e as lagartas que migram das folhas para os frutos não conseguem atingi-los. Além disso, o ensacamento dispensa os inseticidas que seriam aplicados para o controle das brocas.
A redução de custos advém da eliminação da mão de obra e dos próprios produtos que seriam aplicados no manejo dessas pragas.
Viabilidade
O custo do ensacamento se resume somente ao preço da sacola. A relação custo-benefÃcio, portanto, é muito favorável ao produtor, devido à redução de aplicações e do próprio custo de produção, a resultar em um produto sem resíduo de agrotóxicos, com melhor qualidade de vida para o agricultor, de menor impacto no ambiente e com maior valor agregado.
O fruto, além de não sofrer danos, quando ensacado apresenta uma coloração uniforme e não sofre rachaduras, ou seja, suas características filotécnicas ficam evidenciadas.
Essa matéria você encontra na revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de junho. Adquira a sua.