22 C
Uberlândia
sábado, novembro 23, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosEstufas sustentáveis: vantagens e desafios do plástico biodegradável

Estufas sustentáveis: vantagens e desafios do plástico biodegradável

Crédito Embrapa

Catherine Amorim
Doutora e professora – Instituto Federal Catarinense
cath.amorim@gmail.com

Os materiais disponíveis hoje no mercado para a cobertura das estufas são muitos. Vários tipos de polímeros e de diversas cores inclusive podem ser encontrados. O material utilizado é de suma importância, uma vez que vai determinar a quantidade e qualidade de radiação solar que entra na estufa, bem como a sua difusão no interior.

Vale destacar, ainda, que não existe um único tipo de plástico ideal, pois cada cultura tem suas particularidades e exigências diferenciadas.

Dentre os polímeros para confecção de lonas para as estufas disponíveis no mercado, os mais comuns são o polietileno, o copolímero, o policloreto de vinila (PVC) e o policarbonato.

O polietileno é o mais utilizado hoje, dentre os materiais citados. É um plástico com custo menor, mas que também apresenta uma durabilidade menor, e por isso é indicado para estruturas onde não se pretende investir tanto.

O copolímero tem uma durabilidade maior que o polietileno, mas não é uma boa opção para regiões onde as temperaturas alternam muito. O PVC, comum plástico filme utilizado também para a culinária, é um dos mais caros no mercado, mas que apresenta uma durabilidade superior comparada com o polietileno, sendo uma alternativa interessante para quem está disposto a investir mais na estrutura.

Além disso, o PVC também tem uma maior capacidade de reter o calor no interior da estufa. E, por fim, o policarbonato, por ser um material mais rígido, é uma alternativa interessante para substituir o vidro em estufas construídas nesse modelo.

A substituição do vidro por policarbonato reduz consideravelmente os custos, e apresenta uma maior resistência que o próprio vidro, que quebra mais facilmente.

Os bioplásticos

Plásticos biodegradáveis, também conhecidos como bioplásticos, são aqueles produzidos a partir de fontes renováveis, como produtos vegetais, e que se degradam facilmente no ambiente.

Isso ocorre de forma natural, pela atividade de microrganismos, sendo convertido a carbono ao final do processo, que pode, ainda, ser utilizado no solo pelas plantas. A permanência desse tipo de material no ambiente é muito menor que a dos plásticos tradicionais acima citados.

Mas, como nada é perfeito, o desafio no desenvolvimento desse tipo de plástico é a obtenção de um material com a durabilidade e características semelhantes às dos plásticos tradicionais como o polietileno.

Pesquisas

Recentemente, uma equipe de pesquisadores mexicanos do Centro de Pesquisa e Unidade de Estudos Avançados (Cinvestav), localizado em Querétaro, conseguiram desenvolver um novo plástico biodegradável para ser utilizado em cobertura de estufas.

O projeto foi liderado pelos pesquisadores Juan Francisco Pérez Robles e Alejandro Menchaca Rivera. O desenvolvimento desse novo plástico foi feito a partir de amido de milho, material abundante no México, e sílica. Esse material, quando ao final da vida útil, pode então ser enterrado e facilmente degradado no solo.

Segundo os pesquisadores do projeto, os custos iniciais com o plástico são semelhantes, uma vez que a matéria-prima é abundante no país. Com o objetivo de diversificação, novos experimentos também estavam sendo conduzidos pela equipe para utilização de mucilagem de cacto como matéria-prima em substituição amido de milho.

Segundo dados dos pesquisadores do Cinvestav, o bioplástico desenvolvido permite a passagem de cerca de 84 a 85% da luz solar para o interior da estufa, semelhante ao polietileno. O polietileno permite que passe cerca de 89% da luz solar.

A substituição dos polímeros tradicionais por materiais biodegradáveis é uma tendência e tem chamado atenção em vários campos do agronegócio e na área de alimentos. A adesão do produtor a este tipo de material pode, além de contribuir com toda a questão ambiental, gerar um apelo ecológico em cima de sua marca, que atrai consumidores preocupados com o meio ambiente.

ARTIGOS RELACIONADOS

“Estufas Abertas” receberão turistas em Holambra somente nos dias 1 e 2 de abril

O evento garante aos turistas a possibilidade de conhecer a produção de flores e plantas ornamentais em cinco fazendas da típica cidade holandesa.

Figos em estufas: como produzir?

O figo é uma frutífera originária da região da Mesopotâmia, tipicamente de clima temperado, com bom desenvolvimento em clima frio ou mesmo em condições de inverno ameno.

Cultivo de berinjela em estufas

Nos cultivos em estufas, geralmente a adubação é realizada por meio de fertirrigação, o que possibilita uma resposta rápida das plantas quanto ao crescimento e produção.

Cultivo em estufas: cultivares de tomates mais indicadas

O tomate é o queridinho das hortaliças na mesa dos brasileiro. Mas e quando cultivado em estufas?

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!