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Exportação de amendoim cresce

Renato FechinoVice-presidente da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolate,. Amendoim e Balas)

Amendoim – Créditos: shurtterstock

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada com amendoim em 2020 foi de 160,5 mil ha. A produtividade da safra de 19/20 foi de 3.474 kg/ha, enquanto a previsão de 2020/21 é de 3.487 kg/ha (fonte: Conab – estimativa março/2021). Nas regiões mais tecnificadas atinge a média de 4.375 kg/ha.

As exportações cresceram de forma consistente ao longo dos últimos anos. Em 2020, o Brasil exportou amendoim in natura e processados para 57 países. Ao todo, foram exportadas 259 mil toneladas de amendoim in natura, correspondendo a um valor de US$ 319 milhões. O total de amendoim processado exportado chegou a 5,0 mil toneladas, correspondendo a um valor de US$ 9,8 milhões.

O amendoim brasileiro vem ganhando cada vez mais espaço no mercado internacional por conta da qualidade da produção do grão. É possível dizer que o Programa Pró-Amendoim Abicab ajudou a impulsionar esse reconhecimento, visto que existem pré-requisitos a serem cumpridos em relação aos níveis de aflatoxina e fabricação dos produtos. Assim, para que o país consiga exportar, ele deve seguir essas normas de segurança alimentar.

Resultados do segmento

No acumulado de janeiro a dezembro do ano passado, o setor de amendoim in natura apresentou um resultado positivo em sua balança comercial. Dados da ComexStat mostram um resultado superavitário de US$ 314,4 milhões.

O valor representa um crescimento de 38% em relação a 2019. Além desse resultado, é importante comentar que o Brasil exportou 67 mil toneladas de óleo de amendoim (uma média de 5,6 mil toneladas por mês), correspondendo a um valor total de US$ 111,5 milhões (fonte: ComexStat 2020).

Este resultado positivo está em linha com o previsto pelo setor após o final da colheita da safra 2019/20, o qual, segundo a Conab, apresentou 557,5 mil toneladas de amendoim produzido. A expectativa para 20/21 é de 575 mil toneladas (Fonte – Conab: estimativa mar/2021).

 Em 2019, o Brasil fechou o ano como o 14º maior produtor de amendoim in natura do mundo, segundo a USDA, e vem aumentando sua capacidade de produção ano a ano, além de ser o 6º maior exportador (fonte: Trade Map: 2019).

Expectativa

Estamos otimistas para 2021, principalmente em relação à retomada do mercado como um todo. Além disso, com o nosso produto ganhando cada vez mais reconhecimento por sua qualidade, acreditamos que esse é um mercado em que ainda temos muito espaço para crescer. Em 2019 fechamos o ano em 14º no ranking dos exportadores de amendoim, subindo três posições em relação a 2018.

Ao todo, foram exportadas 259 mil toneladas de amendoim in natura, correspondendo a um valor de US$ 319 milhões. Para óleo de amendoim este resultado foi de US$ 111,5 milhões no consumo interno, ao preço médio de US$ 1,31/kg.

Produção x demanda

Segundo dados da Conab (estimativa março/2021), a região com maior produção de amendoim no Brasil é o Centro-Sul, com São Paulo em primeiro Lugar (543,3 mil toneladas), Rio Grande do Sul em segundo (11,4 mil toneladas), Mato Grosso do Sul em terceiro (7,2 mil toneladas), Paraná em quarto (6,1 mil toneladas) e Minas Gerais em quinto (4,8 mil toneladas).

A maior demanda de produção ocorre no Sudeste, com cerca de 548,1 mil toneladas, sendo 543,3 em São Paulo (fonte: Conab – estimativa março/2021).

Preparo de solo

Na fase de pré-plantio, deve-se efetuar o planejamento dimensionando adequadamente à infraestrutura e aos equipamentos necessários para a semeadura e cultivo do amendoim, implementando as práticas a seguir: controlar a presença de plantas invasoras; efetuar o preparo de solo utilizando técnicas de manejo adequadas às condições de clima e solo de acordo com a recomendação do técnico/engenheiro agrônomo, que pode ser plantio direto ou convencional.

Caso seja convencional, serão utilizados equipamentos como: arado, grade pesada, grade intermediaria e niveladora.

Erros que devem ser evitados

Um dos erros mais comuns é o preparo do solo com excesso ou falta de umidade. Outro ponto a se considerar são condições não favoráveis que acabam ocasionando o preparo desigual, deixando “torrões” no solo, o que vai prejudicar a semeadura, causando possíveis problemas de estande e distribuição de plantas na área.

Dependendo da declividade do terreno, também será necessária a implementação de curvas de nível para evitar erosão.

Do plantio à colheita

Na fase de plantio, devem ser implementadas as seguintes práticas: limpeza criteriosa dos equipamentos envolvidos para evitar misturas varietais; efetuar a adubação adequada baseada em análise química do solo; adotar espaçamento recomendado e a população de sementes recomendada para cada variedade.

Utilizar, obrigatoriamente, sementes produzidas em conformidade com a Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003; e utilizar sementes previamente tratadas com fungicidas registrados para tratamento de sementes de amendoim.

 O manejo integrado de plantas daninhas, doenças e pragas na cultura do amendoim deve visar não somente a maior produtividade da cultura, mas também a conservação do meio ambiente.

As plantas do amendoim, para seu pleno desenvolvimento e produtividade, demandam uma lavoura protegida de ervas daninhas, pragas e doenças. Para isso, é necessário lançar mão de produtos químicos e biológicos.

A proteção da cultura por meio de práticas que reduzam a incidência de insetos do solo, ácaros e nematoides é fundamental. Além disso, a presença de plantas daninhas no momento da colheita pode dificultar o arranquio e inversão das plantas, além da secagem da semente de amendoim no campo.

A presença de folhas e ramos junto às vagens desfavorece sua secagem. Por fim, devem ser utilizados somente produtos registrados para a cultura do amendoim, na dosagem recomendada, respeitando-se o período de carência.

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