O inverno é marcado por ser um período do ano em que o clima é mais seco. Consequentemente, há um aumento na incidência de queimadas, que são provocadas tanto pelo ser humano quanto pelo próprio meio ambiente e faíscas que sai do escapamento das colheitadeiras (máquinas agrícolas). Elas acontecem nas áreas de florestas, regiões rurais e entornos de rodovias e estradas.
Para os produtores rurais, essas queimadas podem gerar grandes prejuízos. O produtor Homero Fuzaro, após ver seus vizinhos perderem sua produção com queimadas no ano passado, procurou se prevenir. A fazenda Passarinho, localizada na zona rural de Uberlândia (MG), possui 400 hectares, hoje produz 150 hectares de milho, 150 hectares de sorgo e agora passou a produzir 40 hectares de girassol.
Esta última cultura é feita em 30 metros na bordadura da lavoura. O girassol veio como tática para evitar que pegue fogo na palhada do milho e no sorgo, e quem explica melhor essa técnica é o produtor. “Todo inverno é muito seco, a minha área de produção faz divisa com a estrada e ferrovia, uma área de risco para minha produção, então se acontecer algum incêndio perto, fica difícil agir rapidamente, o fogo entra na palhada e toma conta. Então, plantei girassol em volta da minha lavoura de milho e sorgo com o intuito de fazer uma cerca natural”.
Homero começou plantando o milho, depois o sorgo e por último o girassol. Trata-se de uma cultura precoce, e mesmo sendo o último a ser plantado será o primeiro a ser colhido, comparando com o sorgo e o milho, portanto, é preciso saber a hora certa para plantar.
Ele colheu seu girassol no início do inverno e explica o motivo: “Quando eu colho o girassol, ele deixa só o caule lenhoso, que dificulta alastramento do fogo. Mas, se o fogo pegar na palha seca do milho, aí o incêndio vai longe, chega a uma velocidade de até 20 km por hora, que coloca em risco toda a lavoura”, alerta.
Próximo passo
Após a colheita do girassol, as outras culturas permanecem no campo por 30 dias, em média, período de alerta para os possíveis incêndios, que antes eram uma grande preocupação para o produtor. “Claro que perigo sempre corremos, mas aqui, como eu fiz a borda com o girassol, o risco diminui bastante. Além disso, me gerou uma atividade econômica significativa”, assegura.