A legislação acabou tornando mais rígidos os limites da micotoxina desoxinivalenol (DON) no trigo a partir de janeiro deste ano de 2019. A DON é imposta no trigo após a colonização de espécies do fungo Fusarium graminearum, que é o principal causador da grave doença Giberela.
De acordo com o fitopatologista da Biotrigo Genética, Paulo Kuhnem, o manejo para a adequação destes níveis de DON começa no campo pela utilização de cultivares com maior nível de resistência genética associado a aplicação de fungicidas. “Por não se dispor ainda de cultivares imunes é muito importante que os produtores e assistência técnica estejam monitorando o desenvolvimento da cultura e as condições climáticas para realizar aplicações de fungicidas no florescimento e reduzir os teores de micotoxinas nos grãos colhidos”, disse.
Além disso, a pesquisadora da Embrapa Trigo, Casiane Salete Tibola afirmou que as estratégicas para minimizar a contaminação do trigo por micotoxinas são as medidas pós-colheita, visando contribuir para a produção de alimentos seguros e garantir liquidez no mercado.
A especialista em engenharia de alimentos e supervisora de qualidade industrial da Biotrigo, Kênia Meneguzzi, tratou sobre as possibilidades de redução de DON na pré-moagem e abordou uma visão geral do problema.
“O produtor possui opções de cultivares mais resistentes à Giberela e ainda tem como ferramenta realizar manejo indicado, pois não pode contar com o clima, por não poder controlá-lo. Os cerealistas podem ser eficientes no recebimento através da pré-limpeza, mesa de gravidade e também com o cuidado o armazenamento dos grãos. Já os moinhos possuem equipamentos mais específicos, como a selecionadora ótica, que através de infra-vermelho detecta e descarta os grãos contaminados e as impurezas, além do peeling – equipamento que remove a camada mais externa do grão aonde se concentrados os maiores níveis de bactérias, micotoxinas e agrotóxicos”, destacou.