Autor
Everton Regatieri
Diretor comercial e sócio do Grupo Fértille
everton.fertille@gmail.com
Características físicas determinam a dureza de uma madeira e sua utilização na cadeia produtiva da madeira. O mogno é considerada uma madeira dura (nobre), porém, de fácil trabalhabilidade, podendo ser utilizada para diversas finalidades, como móveis, pisos, paredes e madeiramento aparente.
Mercado
Na África, onde o mogno é nativo e plantado comercialmente, já existe um mercado que movimenta muito dinheiro e exporta madeira para o mundo todo. Já no Brasil, o plantio de mogno em área comercial é muito recente e os ciclos de corte estão se iniciando agora, com grande demanda para a madeira produzida.
Temos, ainda no Brasil, uma questão dos plantios pequenos, fomentados pelo ‘faça você mesmo’, o que acaba dificultado o fechamento de números de hectares plantados. Sabemos que em números atuais, temos algo acima de 45 mil hectares de mogno africano plantado.
Acreditamos que, com o passar dos anos, os plantios comerciais de mogno terão muita madeira para atender ao mercado interno e para exportação, porém, muito longe de atender a demanda nacional e mundial.
Produção anual
Como os primeiros plantios no Brasil fizeram agora 18 anos, e não foram plantados de forma comercial e sim experimental, a produção ainda é pequena. Os plantios em área comercial, quando começarem a ser cortados, vão colocar madeira de qualidade no mercado, mas muito longe de equilibrar a demanda.
Demanda
A demanda de madeira nobre (mogno) ocorre em grande parte na Europa, embora o Brasil seja um grande consumidor de madeiras nobres. Já temos ofertas de compras de nossa produção vinda da Europa, mas como estamos no meio do ciclo dessa espécie, ainda é cedo para negociarmos.
No Brasil há grandes áreas de plantio espalhadas por SP, MG, GO ES e MS.
Investimento x rentabilidade
Um plantio bem realizado, pensando da preparação da área até o replantio, é estimado em cerca de R$ 6.800,00 por hectare para implantação e entre R$ 1.800,00 a R$ 2.200,00 por hectare/ano nos três primeiros anos para os custos de condução, podendo cair a partir do quarto ano.
As estimativas apontam para uma produção final entre 170 a 200 m³ em toras em um período que pode variar de região para região mas em média entre 15 a 18 anos.
Existem muitas informações desencontradas na internet. Em nosso caso, temos um pequeno retorno na época que fazemos um desbaste (tiramos de 30 a 45% das árvores por hectare) entre o oitavo e décimo ano e o corte final, que é realizado entre 15 a 18 anos.
Erros que devem ser evitados
Conforme informado acima, existem muitas informações desencontradas na internet. Uma delas estimula o plantio de pequenas áreas (de 1,0 a 5,0 ha) no ‘sistema faça você mesmo’. Devemos pensar em custos pelo ciclo total da cultura. Ex: manejo, proximidade do polo consumidor, corte, transporte, processamento mínimo, o que impacta violentamente em áreas pequenas.
Se for plantar, faça um projeto com um engenheiro florestal que conheça da atividade (madeira dura) e peça uma avaliação de sua área. Acredito que com estas informações básicas, se eliminam muitos problemas futuros.
Manejo de pragas e doenças
Toda cultura tem pragas, e com o mogno não é diferente. É preciso sempre ficar atento ao plantio de mogno, em geral, formiga, abelha arapuá e pequenos gafanhotos, que podem atacar um plantio, porém, são de fácil controle.
Já as ervas daninhas são de controle fácil, como qualquer outra cultura, respeitando apenas o tamanho das árvores.