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Novidades em mecanização para o preparo do solo

Vinicius Evangelista Silva

Engenheiro florestal. Msc. e especialista em Nutrição e Manejo ” Eldorado Brasil – Três Lagoas (MS)

José Geraldo Mageste

Doutor e professor da área de Solos e Nutrição de Plantas, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

jgmageste@ufu.br

João Flávio da Silva

Engenheiro florestal, doutor e coordenador de Melhoramento Florestal ” Eldorado Brasil

Gilton Vitor Dornelas

Engenheiro mecânico e coordenador de Desenvolvimento (Silvicultura) ” Eldorado Brasil.Três Lagoas (MS)

Salatier Buzetti

Professor de Engenharia Rural e Solos (UNESP- Ilha Solteira)

Crédito Paulo Henrique machado
Crédito Paulo Henrique Machado

As plantações florestais exigem, inicialmente, um preparo de solo suficiente para que este não represente obstáculos para o desenvolvimento das raízes, principalmente na fase inicial de crescimento (até o 2º ano após plantio). Assim, o objetivo inicial, diferente da maioria das culturas agrícolas, é descompactar a camada superficial (facilitando inclusive a “descida“ ou infiltração da água) até maiores profundidades e uniformizando a superfície do solo.

Nesse sentido, frequentemente são apontadas que a resistência à penetração máxima do solo não deve ultrapassar 2,0 a 2,5 MPa para o desenvolvimento ótimo das raízes da maioria das espécies florestais, embora este número ainda não seja consenso entre os pesquisadores da área florestal.

Para conseguir este objetivo, existe uma ampla variação de equipamentos e tipos de preparo de solo, como por exemplo, os equipamentos de subsolagem que “estrondam“ o solo até 150cm de profundidade. Isto acontece nos solos das classes Argissolos Vermelho e Vermelho-Amarelos (PV e PVA) da formação de barreiras, este último comum nas regiões ao longo do litoral brasileiro; bem como equipamentos muito simples que revolvem o solo superficialmente, não ultrapassando 30cm de profundidade, em solo razoavelmente sem resistência, como é dos Neossolos Quartzarênicos (RQ) do Mato Grosso do Sul, onde se cultivam eucalipto e seringueira.

A subsolagem é diferente da “ripagem“. Este último termo é mais adequado, já que apenas se deseja fazer um corte no solo até esta profundidade, sem propriamente quebrar a estrutura do mesmo. Este último termo é preferido pelos engenheiros mecânicos e tem a finalidade de facilitar a penetração da água e o crescimento longitudinal (na linha) de plantio.

Crédito Miriam Lins
Crédito Miriam Lins

Preparo para reforma dos povoamentos

É previsível que nas áreas de reforma (reimplantação dos povoamentos) o solo tenha ficado “descansado“ por um bom tempo, e nesta condição é quase ausente qualquer camada superficial de compactação.

A presença de raízes superficiais incentiva o uso do “subsolador“, que possui um disco de grande tamanho (figura) que corta as raízes de até 08 cm de diâmetro. Nesta ocasião, geralmente a nova linha de plantio fica entre as linhas anteriores, quando não se deseja mudar o espaçamento entrelinhas.

Também existem os coveadores. Nestes, estruturas que fazem aberturas de covas no solo giram numa grande roda de ferro. O seu uso é comum nos solos de textura arenosa o areno-argilosa. Estes possuem a vantagem de fazer covas profundas (mais de 30 cm). Possui a desvantagem de não fazer a distribuição do adubo fosfatado e profundidade, como acontece com os “ripadores“ (fazem a ripagem).

Um pouco antigo e indicado apenas para pequenas áreas (até cinco hectares) são as enxadinhas de plantio. Elas possuem baixo rendimento e têm a dificuldade de necessitar da experiência do operador para fazer as linhas de plantio.

Qualquer equipamento deve ser avaliado adequando-se a funcionalidade (facilitar o crescimento inicial das mudas ” facilitando o acúmulo de água na cova de plantio) com o rendimento – o tempo de plantio de uma área deve ocorrer no menor período possível.

As condições climáticas mudam facilmente. Não se pode iniciar o plantio com o solo no ótimo de umidade e acabar plantando no seco.

Máquinas que auxiliam nesse preparo

O preparo de solo pode ser realizado de duas maneiras principais: manual e mecanizado. A mistura destas duas maneiras não é comum e não apresentarendimento (quantidade/custos) satisfatórios.

O preparo de solo manual para implantação de grandes maciços florestais ocorre atualmente em áreas declivosas e que não permitam a mecanização plena. Dessa forma, utilizam equipamentos muito simples apenas para cavar e/ou covear (cavadeira covadora) a poucos centímetros de profundidade. Tudo isto é feito de forma a proporcionar o plantio das mudas ou sementes.

Também são usados em locais declivosos para aquelas culturas que exigem covas de tamanhos maiores, como seringueira (40 x 40 x 60 cm de profundidade) e o mogno (40 x 40 x 45 cm de profundidade).

Já o mecanizado ocorre em áreas com relevo plano a suave ondulado, sendo realizado geralmente por subsoladores ou sulcadores. Na implantação de povoamentos florestais é comum outras atividades associadas aos subsoladores, como por exemplo, adubação de plantio, aplicação de herbicidas pré-emergentes, marcação de cova para o plantio, e até mesmo o plantio propriamente dito ocorre durante o a atividade principal de preparo de solo.

Tecnologia a toda prova

Devido à importância do preparo de solo para a qualidade do futuro povoamento, muitas vezes a conjugação de atividades junto ao preparo de solo é duramente criticada, em alguns casos até mesmo individualizada em um único implemento ou atividade, mantendo o preparo de solo exclusivo em apenas um implemento.

Os sistemas mecanizados de preparo de solo são desde simples coveadoressemi-mecanizados a máquinas robustas e sofisticadas, como é o caso das escavadeiras hidráulicas providas de cabeçotes que realizam duas, três, ou até mesmo quatro atividades de uma só vez, como por exemplo, as aquelas disponibilizadas pelas organizações Brackee Savannah.

 

 

Essa matéria completa você encontra na edição de Julho/Agosto 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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