O ano de 2023 representa um período de retomada econômica para o Brasil em distintas esferas, em especial no que se refere ao mercado da carne. De fato, as exportações feitas pelo país com destino à China retomaram os patamares elevados após quase três meses do embargo sofrido em relação à exportação de carne.
Consoante os dados divulgados no boletim de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Brasil bateu o recorde no que se refere ao volume de carne bovina exportada no primeiro semestre de 2023 em meio a tal cenário.
Nesse sentido, o analista de proteína animal da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, diz que: “os preços da arroba avançaram na comparação com a semana passada, ou seja, já existe uma recuperação dos preços do boi gordo no mercado interno. Isso acontece após o mercado reduzir a quantidade de animais ofertados no Brasil”.
Mesmo com recorde de exportação, preço da carne bovina diminui
Embora o cenário de exportação mostra-se promissor em termos de volume de matéria, a realidade é que o preço da carne bovina caiu significativamente. Em suma, conforme os dados disponibilizados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em junho deste ano, o valor da carne ficou em torno de US$5.054,10 por tonelada.
Esse valor representa uma queda de 0,88% referente a maio deste ano. Em um comparativo com o mesmo período no ano passado, o valor fica 26% menor. Todavia, é importante destacar que, tanto no médio quanto no curto prazo, a China deve sustentar o mercado de exportações de carne brasileira.
Conforme o analista econômico de proteína animal no Rabobank, Wagner Yanaguizawa: “A China deve continuar com um apetite acelerado, muito em função do feriado da Golden Week (1º a 7 de outubro). Dessa forma, o grande desafio para a demanda continuará sendo o mercado doméstico, o que continuará trazendo uma pressão negativa em termos de fundamentos, mas, no âmbito da sazonalidade, vemos uma recuperação nos preços”.
Quais são os desafios a serem enfrentados no segundo semestre de 2023?
Em síntese, pode-se dizer que no mercado de exportações de carne bovina, o Brasil coloca-se no tabuleiro do mundo como um dos principais players. Essa premissa se confirma enquanto, mesmo com a suspensão das exportações para a China, registrou-se o segundo maior volume de exportações da história.
Dito isso, no que tange ao consumo de carne bovina, fonte rica em coenzima q10, apesar da alta demanda e redução de preços, não se prevê grande aumento. No final das contas, a queda no valor da carne bovina é uma realidade que precisa ser encarada. No entanto, tendo em vista a capacidade adaptativa do setor no território brasileiro, as estimativas são de que esse nicho continue impulsionando o crescimento econômico.