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Produtores de algodão postam em drones para produzir mais em 2023

Projeto envolveu representantes dos Estados que mais plantam e colhem a fibra no País

O plantio da nova safra 2023 de algodão no Brasil já começo e o ciclo, um dos mais longos dentre as culturas agrícolas, dura, em média, 200 dias.

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) prevê um aumento na área de plantio e, consequentemente, na colheita. Os cotonicultores pretendem desbancar os Estados Unidos, maior exportador da fibra, dentro de oito anos, e assumir a ponta dos negócios no mundo.

A tecnologia proporciona aplicação localizada
Foto: Perfect

Os norte-americanos comercializaram 3,4 milhões de toneladas em 2021, o dobro dos brasileiros, com 1,7 milhão de toneladas, que apostam na tecnologia para obter sucesso.

Expectativa

A Abrapa acredita em um aumento da área de produção para a próxima safra, batendo o recorde alcançado em 2019 e chegando a 1,78 milhão de hectares plantados, um crescimento de 9,3% com relação à safra 2021/22 (1,63 milhão de hectares).

A expectativa é de produção de 3,1 milhões de toneladas, uma variação de 27% ante os atuais 2,5 milhões. As projeções levam em conta os cálculos estimados por associadas da Abrapa, em setembro de 2022. Com expectativa de alta demanda internacional, o lucro de um hectare de algodão pode ser quatro vezes superior a um de soja.

Exportação

Fatores externos podem auxiliar o País a se tornar o principal exportador mundial pelo fato de as terras dos Estados Unidos estarem sendo afetadas pelo clima. As secas no Texas e o excesso de precipitação no sudeste americano podem reduzir notavelmente a produção do país.

Visando preservar a segurança alimentar dos anos seguintes, a China é um país que possivelmente também vai diminuir sua área de plantação. Esse quadro gera uma expectativa positiva aos produtores, pois além disso, o produto brasileiro tem conquistado ainda mais a confiança internacional e a probabilidade é de que o investimento aumente.

Segundo a Abrapa, a fibra é produzida em todos os continentes, chegando a mais de 70 países. 32 milhões de hectares são plantados, o que resulta em US$ 10 trilhões por ano. Nessa conjuntura, o Brasil tem grande representatividade, por ser o segundo maior exportador, o quarto maior produtor do mundo, e o sétimo maior consumidor.

Em 2022, o Valor Bruto da Produção (VBP) de algodão foi de R$ 41 bilhões, nomeando essa a quarta cultura mais significativa para o País, atrás somente da soja, cana-de-açúcar e milho.

O algodão brasileiro também se difere por carregar a sustentabilidade como um de seus compromissos. Em torno de 84% da produção nacional é assegurada pelo protocolo ABR, que preserva as boas práticas agrícolas e a utilização consciente de insumos.

Pragas

A produção de algodão brasileiro também sofre com as pragas. A mais importante é o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis). A planta também é atacada pela broca-da-raiz (Eutinobothrus brasiliensis); mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B); pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii); percevejo-castanho-da-raiz (Scaptocoris castanea); curuquerê-do-algodoeiro (Alabama argilacea) e a lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens).

O bicudo-do-algodoeiro traz muitos prejuízos aos produtores em razão da sua rápida capacidade reprodutiva e de destruição. Os níveis de infestação crescem rapidamente e os prejuízos podem atingir até 100% da produção, caso medidas de controle não sejam adequadas.

Agricultura de precisão

A tecnologia é uma das armas para acabar com o bicudo e outras pragas que atingem o algodão. Recentemente, aconteceu um treinamento para a maior operação envolvendo drones para o setor do algodão, em seis Estados, ao longo da safra 2022/23.

O projeto envolveu associações de produtores de algodão da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, onde acontecem pulverizações com 100% de rastreabilidade e utilizando os melhores padrões de aplicação, com foco em qualidade e sustentabilidade.

O projeto inovador tem como objetivo identificar novas alternativas de alta eficiência para o controle de pragas e doenças no algodão, liderado pela Better Cotton Initiative e Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, com foco na melhor eficiência da aplicação de defensivos agrícolas.

O alvo principal será o controle do bicudo-do-algodoeiro, aliando o know-how da Perfect Flight, a primeira plataforma de gestão e rastreabilidade de pulverização aérea do mundo, juntamente com as associações, e tecnologia de ponta da Agridrones Solutions e DJI.

Os drones podem ser tanto controlados à distância, quanto podem ser pré-programados para realizar suas funções e executar movimentos complexos nos monitoramentos e na aplicação dos produtos.

Vantagens

Os benefícios do uso do aparelho são muitos. Avaliando o cenário econômico, é eficaz e vantajoso, pois faz uma aplicação localizada e diminui a quantidade de insumos. É uma ferramenta também precisa e segura, já que o voo automático é feito por coordenadas e o operador não fica em contato com o produto.

“A Perfect Flight analisa o local que será realizado a aplicação de defensivos, considerando também a influência de fatores externos, como áreas com presença de animais e pessoas e as condições climáticas. É importante estar atento a essas questões para definir o momento mais adequado para fazer a aplicação. Nossa gestão de pulverização aérea é também muito segura, fundamentada em mapas de aplicação”, disse Kriss Corso, CEO da Perfect Flight.

De acordo com Kriss Corso, essa análise evita a dispersão dos produtos para outras áreas. “Protege o meio ambiente e comunidades do entorno e diminui os gastos com insumos e água, tempo de voo e combustível, em virtude do planejamento preciso do voo sobre o plantio. Por meio da tecnologia os produtores de algodão terão mais ferramentas para alcançarem as metas”, afirmou.

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