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Proteção Animal Mundial se posiciona sobre a tragédia climática no RS

Toda vez que senadores e deputados destroem a legislação ambiental brasileira, estão compartilhando da responsabilidade por crises ambientais como a vivida no Rio Grande do Sul

Ricardo Stuckert/Presidência da República/AFP

A Proteção Animal Mundial lamenta as perdas devastadoras – principalmente de vidas humanas – ocorridas na tragédia no Rio Grande do Sul e se solidariza com todas as pessoas afetadas.

Como uma ONG que se propõe a ser uma voz dos direitos dos animais, seres sencientes que, assim como os humanos, sentem emoções complexas como medo e dor, a instituição também lamenta o impacto desse desastre climático na vida de animais domésticos, silvestres e daqueles criados em fazendas.

Há anos a Proteção Animal Mundial vem produzindo relatórios e estudos mostrando o impacto ambiental causado pelo agronegócio e isso inclui sua contribuição significativa nas emissões de gases de efeito estufa e aquecimento global. O setor tem um histórico devastador sobre os biomas do país e há décadas vem desmatando vegetação nativa para o cultivo de grãos, majoritariamente soja, que são destinados para a produção de ração animal.

Todos esses estudos sempre alertam que, esse ciclo, que se inicia com as queimadas exterminando habitats e dizimando a vida silvestre, é o que mais contribui para as mudanças do clima atualmente no Brasil, agravando seus efeitos e impactando a vida também de milhares de seres humanos.

Para a Proteção Animal Mundial é necessário transformações profundas e sistêmicas no modelo agroalimentar para evitar o avanço ainda maior da crise climática e do aquecimento global. Essa missão é urgente, embora extremamente complexa, por conta da imensa influência política exercida pelo agronegócio. Grandes empresas do setor agropecuário, como a JBS, têm ditado o afrouxamento das políticas públicas ao financiarem o Instituto Pensar Agro (IPA), ligado à Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) no Congresso. Além da alteração de todo o Código Florestal em 2012, e mais recentemente da definição do Marco Temporal indígena, e da aprovação do Pacote do Veneno, neste momento, o Senado Federal ainda tenta aprovar o Projeto de Lei 2159/2021, apelidado de Projeto de Lei da devastação porque, se aprovado, vai diminuir o rigor necessário para a aprovação de licenciamentos ambientais. Se isso acontecer, teremos o aumento dos efeitos da crise climática. Toda vez que senadores e deputados destroem a legislação ambiental brasileira, estão compartilhando da responsabilidade por crises ambientais como a vivida no Rio Grande do Sul.

Os sistemas alimentares no Brasil representam 74% das emissões de gases de efeito estufa no país, segundo um estudo do Observatório do Clima. É importante lembrar que a pecuária industrial é o setor que mais impacta nesse resultado. Dessa forma, a Proteção Animal Mundial avalia que esse é o momento de repensar o atual sistema alimentar e priorizar pequenos produtores em vez de investir grandes somas de dinheiro no já abastado agronegócio, que comprovadamente não alimenta todos brasileiros e ainda causa grandes impactos ambientais.

Aos interessados em colaborar com os animais afetados no Rio Grande do Sul, a ONG recomenda:

Grupo de Resposta a Animais em Desastres, o @grad_brasil. Chave pix CNPJ: CNPJ: 54.465.282/0001-21. 

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