Autores
Pollyane da Silva Hermenegildo – Engenheira agrônoma, mestre e doutora em Fitopatologia – Universidade de Brasília (UnB) – hermenegildo.pollyane@gmail.com
Rodrigo Galvão de Freitas – Engenheiro florestal, mestre e doutorando em Fitopatologia – Universidade Federal de Viçosa (UFV) – rodrigogalvaof@gmail.com
Existem vários tipos de clones de eucalipto disponíveis no mercado, sendo que para a escolha do “clone ideal” é necessário determinar a finalidade antecipada que se deseja instalar o plantio (serraria, carvão, celulose ou outros) e, além disso, o produtor deve considerar materiais mais adaptáveis para a região, levando em consideração clima, solo e histórico de pragas e doenças do local onde será realizado o plantio.
Por exemplo, o clone I144 (híbrido Eucalyptus urophyla x E. grandis) é indicado para produção de móveis e de carvão. Este material é capaz de expressar seu potencial máximo nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. No entanto, se plantado em outras regiões, como no Estado do Espírito Santo ou Bahia, pode ter sua produção drasticamente afetada pela doença conhecida por ferrugem das mirtáceas, causada pelo fungo Austropuccinia psidii.
Portanto, levando em consideração os fatores expostos, é sempre importante contar com a informação de um profissional para auxiliar nas informações sobre quais são os melhores clones para determinado produto e região.
Vantagens
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O plantio de mudas clonais, comparativamente ao plantio de mudas oriundas de sementes, apresenta maior produtividade por formar florestas totalmente uniformes, eliminando a heterogeneidade e variações no produto final. Na década de 70 a produtividade estava em torno de 20 m3/ha/ano, e hoje a média nacional está em torno de 36 m3, com regiões que ultrapassam os 45 m3/ha/ano, graças à clonagem.
Além disso, determinado clone pode ser escolhido por possuir características de interesse que sobrepõem em relação aos demais materiais genéticos, como por exemplo: resistência às doenças, tolerância a temperaturas extremas ou estresse hídrico, densidade da madeira, rendimento de celulose, entre outras.
A aquisição das mudas para implementação de uma floresta representa um pequeno percentual em relação ao custo total para a implementação. Portanto, não vale a pena economizar na aquisição de mudas de boa qualidade, de origem idônea e de material genético mais indicado para a finalidade desejada e local de plantio.
O milheiro de mudas clonais ainda possui um valor um pouco mais elevado, quando comparado com mudas seminais, no entanto, os ganhos proporcionados pelo plantio do material clonal correto se sobressaem devido à maior produção dos plantios clonais.
Manejo
Quanto ao manejo, a escolha de um material genético adaptado às condições edafoclimáticas da região é fundamental para o produtor florestal tomar decisões sobre o número de rotações ou ciclos de uma produção.
O produtor deve atentar-se em adquirir mudas de qualidade, isentas de pragas e doenças, adquirindo as mesmas de viveiros idôneos, além de realizar o preparo do solo adequadamente e seguir o espaçamento proposto para o clone adquirido. Também é de extrema importância para o eucaliptocultor contar com acompanhamento para o controle da matocompetição, monitoramento de pragas e doenças e recomendação de adubação.