19.6 C
Uberlândia
sábado, julho 27, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosSistema de irrigação em estufas para tomate em vasos

Sistema de irrigação em estufas para tomate em vasos

A irrigação em estufas revoluciona o cultivo de tomates em vasos, garantindo eficiência e qualidade

Ana Carolina Muniz
Técnica agrícola e engenheira agrônoma – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
anacarolinamuniz54@gmail.com

Sistemas de irrigação para tomates em vasos são necessariamente de baixa vazão, com injeção de fertilizantes, já que toda a nutrição das plantas é aplicada via água da irrigação.
O cultivo poderá ser realizado em vasos de plásticos ou sacos de cultivo com substratos que apresentam boa relação de nutrientes e capacidade na retenção de água, sendo os mais usados a fibra de coco, vermiculita, casca de arroz ou casca de pinus.
Nesses cultivos, o sistema de irrigação torna-se fundamental para a condução da produção, visto que a irrigação será o aporte de água e de nutrientes para as plantas por meio de soluções nutritivas.

Manejo de irrigação correto é aliado na alta produtividade
Crédito: Tropical Estufas

Critérios

A escolha do sistema de irrigação e dos seus componentes será a garantia da eficiência do seu sistema, portanto, a escolha da marca e dos produtos estará relacionada com a condução do cultivo.
Dentro do sistema de cultivo em estufas, a irrigação feita por gotejamento é a mais utilizada. Apresenta como vantagem a alta eficiência na aplicação da água e seu uso eficiente. Além disso, o custo com mão de obra torna-se reduzido, quando comparado a outros sistemas.
O sistema possibilita o uso da fertirrigação e o controle da vazão será um grande aliado no manejo da água em seu sistema. Por isso, o uso de emissores ou bicos gotejadores acoplados ao tubo permite um direcionamento da vazão na região em que será fornecida a água e os nutrientes para a planta, diminuindo o desperdício de água e fertilizante.

Opções

Os modelos de bicos gotejadores contam com um sistema de filtragem para a redução de entupimento. Atualmente, já é possível encontrar no mercado tubos gotejadores com furos com espaçamento já determinado.
Um aspecto importante a ser ressaltado será que os modelos de tubos autocompensantes já possuem uma estrutura de filtragem embutida, com o objetivo de apresentar um filtro e diminuir o entupimento da saída de água.

Funciona do sistema

Toda água que chega na planta terá algum aporte nutricional em uma solução nutritiva à base de nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, cálcio e zinco, além de soluções com micronutrientes periodicamente.
A nutrição efetiva da planta gera resistência da planta a doenças e pragas e garante o sabor e a qualidade do fruto. Os fertilizantes são dissolvidos em água e bombeados através de todo o sistema.
A determinação da quantidade de fertilizante será de acordo com a fase e a exigência da cultivar escolhida, além da avaliação da solução nutritiva que chega à planta e dos resultados de amostras que são direcionadas para laboratório.

Vantagens e desvantagens

O tomateiro é uma planta com alta exigência em irrigação, visto que o seu fruto poderá apresentar até 95% de água em sua composição. O excesso ou déficit hídrico tornam-se problemáticos neste cultivo, visto que podem ocasionar a redução do desenvolvimento ou queda na produtividade, sobretudo em períodos críticos, como o florescimento da planta.
A irrigação na cultura do tomate está associada não só com o fornecimento de água, mas com a fonte de nutrientes para a planta necessita ao longo do seu desenvolvimento. O tomate é uma hortaliça com alta demanda de nutrientes, portanto, o balanço deverá ser realizado ao longo de todo o ciclo.
Em estufas ou cultivos protegidos, o uso de sistema de irrigação por gotejamento é um método que vem apresentando bons resultados quando o quesito é uso eficiente da água, baixo custo de mão de obra, utilização na fertirrigação e redução de incidência de doenças foliares.
Como desvantagens está o entupimento dos gotejadores e a diminuição da vazão por conta da perda de carga ao longo do sistema ou por falha no bombeamento.

Dimensionamento do sistema de filtragem

O uso de filtros de água ao longo do sistema de irrigação será necessário para a diminuição da incidência de entupimento dos gotejadores. Para isso, a quantidade necessária de filtros será de acordo com o tamanho do seu sistema, tendo como base um filtro na saída de água principal com o tamanho necessário para a filtragem da vazão de água necessária.
Alguns tubos já apresentam filtros ao longo dos seus furos para gotejamento. O sistema de bombeamento deverá ser capaz de fornecer a pressão necessária para a vazão de água ser constante ao longo de todo o seu sistema.
Hoje, já existem aplicativos que calculam a vazão e qual a pressão necessária a bomba precisará exercer para manter o seu sistema funcionando, mas a consulta à tabela do material utilizado informará esses dados.
Na distribuição da tubulação, torna-se importante a escolha de bons materiais que apresentem boa resistência para a diminuição de custo com substituições e manutenções, além de evitar dobras e emendas para a diminuição de perda de carga ao longo do sistema.
Além disso, o uso de controladores associados à bomba e partida do sistema otimizam o tempo do produtor e garantem a eficiência da rega. Nesses controladores será possível a programação do tempo de rega em diferentes setores, utilização de sensores de umidade, rastreio de vazamento e vazão pré-determinada.
Quando associada à fertirrigação, o uso de insumos mais solúveis e a dissolução correta do material irá favorecer uma distribuição mais efetiva ao longo do cultivo.

Problemas fitossanitários

O cultivo em ambientes controlados apresenta como vantagem a diminuição de incidência de pragas e doenças, porém, torna-se necessário a adoção de medidas fitossanitárias para a garantia de um bom cultivo.
A desinfecção de materiais e utensílios usados na produção será primordial para a diminuição de contaminação cruzada ou propagação de doenças causadas por fungos, ou bactérias.
Nos arredores da estufa, a remoção de plantas hospedeiras e manejo de plantas daninhas tornam-se um aliado para a diminuição populacional de alguns insetos. O controle de entrada e saída dentro das estufas será primordial para a redução de entrada de patógenos. Sugere-se a desinfecção de botas dos colaboradores ao entrar nas estufas.
Para o manejo fitossanitário, o monitoramento e acompanhamento do cultivo será a base nesta etapa. A identificação de pragas e a densidade populacional irá ditar as medidas de controles adotadas.
O uso de armadilhas, iscas e inimigos naturais são utilizados nesses cultivos, além de caldas e pulverizações, quando necessário.
No controle de doenças, a eliminação de plantas doentes poderá ser uma saída no controle da disseminação para outras plantas sadias. O uso de cultivares que apresentam algum grau de resistência e o manejo nutricional adequado será um grande aliado no cultivo de tomate em estufas.

Poda e tutoramento dos tomates em vasos

Para a garantia de uma boa distribuição de foto assimilados na planta e o enchimento de frutos, a desbrota é a prática que elimina brotos laterais que surgem nas axilas das folhas, promovendo uma maior aeração e um maior controle fitossanitário das plantas.
O processo da poda visa eliminar o broto terminal das hastes para a condução do hábito de crescimento indeterminado das plantas, a fim de controlar o crescimento da planta e os processos de floração e frutificação.
Esta prática está associada a cultivos que buscam frutos maiores e mais pesados. Dentro do cultivo protegido, o tutoramento da planta é essencial para a garantia da qualidade do fruto e da aeração, além de ser uma medida indireta no controle fitossanitário, pois reduz o ambiente propício para o desenvolvimento de doenças.

BOX
Melhores variedades

Para esses cultivos, são usados os tomates tipo coquetel, saladete, grape e cereja. Essas variedades apresentam boa resistência a doenças, frutos bem uniformes, grande aceitação pelo mercado consumidor e boa rentabilidade.
Lembrando que o cultivo em estufas poderá resultar numa produtividade maior quando comparado aos cultivos convencionais, porque torna possível uma produção mais homogênea, formando frutos com maior qualidade e sabor, agradando o consumidor e obtendo uma rentabilidade maior no mercado, por ser um produto mais selecionado.
Os produtos finais apresentam uma estética mais agradável, coloração e tamanhos uniformes, além de ser possível produzir em escala o ano inteiro, alcançando o mercado nas melhores cotações.

ARTIGOS RELACIONADOS

Implantação de sistema hidropônico potencializa produção de 30 a 50%

  Técnica de cultivo sem solo pode ser utilizada em centros urbanos e traz alimentos com maior qualidade e frequência   O crescimento da população mundial é...

A importância do K, Ca e B e na qualidade dos frutos do tomateiro

Daniela Vitti Engenheira agrônoma, doutora e coordenadora técnica do Grupo Bio Soja A cultura do tomateiro é, hoje, dentre as hortaliças produzidas no Brasil, a mais...

Vira-cabeça pode causar prejuízos de100% à alface

  Addolorata Colariccio Pesquisadora científica, doutora/Laboratório de Virologia Vegetal/ Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal/ Instituto Biológico colariccio@biologico.sp.gov.br A doença conhecida como vira-cabeça, que pode ser...

Fósforo é determinante na tomaticultura

Estudos mostram que a eficiência de absorção dos fertilizantes fosfatados no tomate é de aproximadamente 10%, com o restante ficando adsorvido no solo e indisponível às plantas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!