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Substratos enriquecidos se mostram opção interessante

 

 

Ivar Wendling

PhD. e pesquisador da Embrapa Florestas

ivar.wendling@embrapa.br

CréditoFibria
CréditoFibria

A produção de mudas é o primeiro passo para o sucesso do plantio e, consequentemente, para o sucesso da floresta. Para a formação de mudas de boa qualidade, o viveirista deve optar pelo substrato adequado e que atenda à demanda nutricional das espécies que o mesmo cultiva (forma). Neste sentido, a fertilização do substrato se mostra uma técnica muito eficaz, fornecendo os nutrientes às plantas de acordo com sua necessidade.

Importância do substrato para a produção de mudas

Um dos fatores que condicionam de forma limitante os padrões de qualidade das mudas no viveiro são o tipo e a qualidade do substrato. Substrato pode ser considerado qualquer material em que as sementes são plantadas, as estacas são enraizadas ou as plantas crescem e se desenvolvem e que exerce função semelhante à do solo.

O substrato dá sustentação à planta e fornece água, nutrientes e oxigênio. O substrato é composto de uma fase sólida (partículas minerais e orgânicas), uma fase líquida (água), na qual se encontram os nutrientes, denominada de solução do substrato e uma fase gasosa (ar). Ele é responsável pela sustentação, pelo fornecimento de água, de nutrientes e de ar às mudas.

Opções disponíveis?

A maioria dos substratos utilizados na atualidade são misturas de dois ou mais ingredientes. No mercado podem ser encontrados diversos tipos de substratos prontos para o uso (fibra de coco, vermiculita, casca de pinus, turfa, etc.), puros ou em forma de misturas, tendo cada um características próprias de preço e qualidade.

A possibilidade de o viveirista preparar seu próprio substrato também deve ser considerada, tendo, para tanto, várias opções de materiais para fazer sua própria formulação, tais como: casca de arroz carbonizada, esterco bovino, moinho de carvão, terra de subsolo, serragem semi-decomposta, húmus de minhoca, composto orgânico, composto de resíduos urbanos, entre outros.

Os sistemas conjugados substrato/recipiente são aqueles que funcionam como recipiente e substrato ao mesmo tempo, uma vez que se constituem de materiais orgânicos (geralmente turfas) prensados que, depois de umedecidos, se expandem, onde são semeadas as sementes ou enraizadas as estacas.

Quando a muda está no ponto de plantio definitivo, esta é levada ao campo e plantada com o material, não precisando, portanto, ser retirada da embalagem.

Estes sistemas conjugados de produção de mudas promovem uma redução no gasto com mão deobra, uma vez que não há necessidade de preparação do substrato, do enchimento das embalagens e da retirada da embalagem na hora do plantio.

No mercado, podem ser encontrados diferentes tipos destes materiais, embora ainda não sejam tão divulgados e usados na produção de mudas de espécies florestais.

O substrato dá sustentação à planta e fornece água, nutrientes e oxigênio - Crédito Fibria
O substrato dá sustentação à planta e fornece água, nutrientes e oxigênio – Crédito Fibria

Como escolher o melhor

Para a escolha do substrato destinado à produção de mudas, deve-se levar em conta certos fatores, como os de ordem econômica (custo, disponibilidade, qualidade e facilidade de manuseio), química (principalmente pH e nível de fertilidade) e física (densidade, porosidade, capacidade de retenção de água e nutrientes, etc.).

Para um bom substrato, as seguintes características são consideradas importantes: boa uniformidade, baixa densidade, boa capacidade de absorver e reter água e de fornecer os nutrientes às plantas, boa porosidade, ausência de substâncias tóxicas, pragas, organismos patogênicos e sementes de plantas indesejáveis, abundância e viabilidade econômica, e boa uniformidade.

Outro fator importante na escolha de um substrato é a finalidade de uso que o mesmo terá. Por exemplo, para a produção de mudas por enraizamento de estacas, o substrato deverá ser bem mais poroso do que para produção de mudas via semente.

Para a decisão de qual substrato utilizar, recomenda-se fazer testes em cada local para avaliar sua performance na qualidade das mudas produzidas, bem como seu custo. Quando da escolha de um substrato de má qualidade, uma série de problemas e/ou prejuízos podem acontecer, desde a diminuição do crescimento das mudas e/ou produção das plantas que utilizam o substrato, até a mortalidade total do lote no viveiro.

Manejo

O manejo do substrato deve ser adequado tanto em termos de manutenção da umidade e aeração quanto de nutrição para as mudas. O manejo da umidade e aeração é controlado pela irrigação adotada, a qual deverá ser ajustada conforme o tipo de substrato, espécie utilizada e local de produção.

Em termos de nutrição, deve-se atentar para o fato de fazer uma adubação balanceada em termos de macro e micronutrientes, evitando excessos e deficiências.

No mercado podem ser encontrados adubos prontos para aplicação em variadas espécies ou grupos de espécies, bem como podem ser encontrados adubos simples, compostos de um único nutriente ou poucos nutrientes, os quais devem ser misturados de acordo com as demandas das mudas em produção.

Um detalhe importante está relacionado à frequência de adubação das mudas, ou seja, quanto mais frequente for a adubação, melhores serão os resultados produzidos.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de maio/junho de 2018 da Revista Campo & Negócios Floresta. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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