Bruno Maia Abdo Rahmen Cassim // Éder Jr. de Oliveira Zampar – Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia
Marcelo Augusto Batista – Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia
Antonio Pedro Martins Machado // Fernando Rodrigues Moreira – Hexion Química do Brasil
A soja (Glycine max (L.) Merrill) apresenta-se como uma das culturas de destaque para o agronegócio e para a balança comercial brasileira. Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento, 2021), o Brasil é o maior produtor mundial do grão, com expectativa para a safra 2021/22 de 141 milhões de toneladas, ocupando uma área de 39,9 milhões de hectares.
A produtividade da soja está diretamente relacionada com o ambiente, potencial genético e manejo adotado, incluindo o fornecimento de nutrientes de maneira adequada. Grande parte do nitrogênio (N) que é requerido pela soja é oriundo da relação simbiótica com bactérias Bradyrhizobium elkani e Bradyrhizobium japonicum, que são fornecidas pela inoculação na semeadura.
No entanto, em função do constante lançamento de novas cultivares com produtividades cada vez mais elevadas, verifica-se que diferentes técnicas de manejo devem ser adotadas para que se alcance o máximo potencial produtivo da cultura. Entre elas, cita-se a aplicação foliar de nitrogênio em períodos reprodutivos.
A tecnologia Triazona
O objetivo do estudo foi avaliar o desempenho da tecnologia de fertilizante nitrogenado de liberação gradual da Hexion Química, contra a testemunha (sem N foliar) e solução de ureia. Os resultados encontrados comprovaram a superioridade da tecnologia da Triazona da Hexion, quando comparado com a testemunha e solução de ureia.
Com o objetivo de aumentar a eficiência dos fertilizantes nitrogenados, foram desenvolvidos produtos à base de polímeros orgânicos e Triazona. Estes fertilizantes apresentam em sua formulação polímeros de liberação intermediária (monometilol-ureia, dimetilol-ureia e polimetilol-ureia) e a Triazona, que permite a liberação gradual do N por longos períodos.
A Triazona apresenta características de maior permanência na superfície das folhas após a aplicação foliar, menor perda de N por evaporação das gotas, menor volatilização e menor potencial de queima das folhas, quando comparado com a solução de ureia.
Estas características, aliadas à liberação gradual do nitrogênio, tornam a Triazona um fertilizante de eficiência aumentada. A Hexion Química possui tecnologia já operacional para produção da Triazona aqui no Brasil, com um rígido controle de todas as etapas da manufatura.
Pesquisas
Para demonstrar a eficiência agronômica da Triazona da Hexion já foram desenvolvidos, desde 2017, dezenas de testes nas culturas da soja, milho, algodão, feijão, arroz e cana-de-açúcar.
Estes trabalhos foram conduzidos em instituições de ensino-pesquisa e em propriedades rurais nas mais diversas regiões do Brasil. Um dos trabalhos de destaque foi o desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) na cultura da soja, safra 2018/19, no município de Floresta (PR), sobre um Latossolo.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com cinco tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram: T1 – testemunha (sem aplicação de N foliar); T2 – fonte nitrogenada convencional (solução de ureia); e 3 fertilizantes foliares a base Triazona, T3 – N-Hexion 1 fertilizante nitrogenado com 28% N e com uma proporção de compostos de liberação gradual de 70%; T4 – N-Hexion 2 fertilizante nitrogenado com 26% N e uma proporção de compostos de liberação gradual de 60% e T5 – N-Hexion 3 fertilizante nitrogenado com 24,5% N + B + Mo e com compostos de liberação gradual de 55%.
As aplicações foram realizadas em R2 e foram avaliados o número de vagem com 1, 2 e 3 grãos (V1, V2 e V3), número de vagens totais por planta (NVP), número de grãos totais por planta (NGP), massa de mil grãos (MMG) e produtividade (PROD).
Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância e suas médias comparadas pelo teste de Scott-Knott (p<0,1).
Resultados e conclusões
Foi verificada diferenciação estatística com resultado significativo nos tratamentos N-Hexion 2 e N-Hexion 3, com aumento de produtividade variando de 4,3 a 8,5 sc/ha, comparado com os tratamentos testemunha e solução de ureia, conforme descrito a seguir:
• N-Hexion 2 – incremento de produtividade em relação à testemunha e solução de ureia de 4,3 sc/ha e 6,2 sc/ha, respectivamente.
• N-Hexion 3 (N + B + Mo) – foi o tratamento com os maiores incrementos de produtividade, indicando uma excelente sinergia da Triazona em formulações com micronutrientes. Os incrementos de produtividade foram de 6,6 sc/ha e 8,5 sc/ha em relação à testemunha e solução de ureia, respectivamente.
O Fertilizante N-Hexion 1 também apresentou resultados positivos em relação à testemunha e solução de ureia, porém, abaixo do N-Hexion 2 e N-Hexion 3. Provavelmente este resultado foi consequência de um melhor equilíbrio nas formulações N-Hexion 2 e N-Hexion 3 na proporção de liberação gradual e outros componentes da fórmula.
A aplicação foliar de ureia convencional não apresentou diferença estatística significativa em relação à testemunha sem N foliar para os componentes produtivos avaliados (Tabela 1 e Figura 2). Provavelmente este resultado de produtividade inferior à testemunha, encontrado no tratamento solução de ureia, pode estar relacionado a uma influência negativa na nodulação. Outros estudos seriam necessários para um melhor entendimento dos resultados encontrados neste trabalho.
Tabela 1. Média dos números de vagens com 1,2 e 3 grãos (V1, V2 e V3), número de vagens por planta (NVP), número de grãos por planta (NGP), massa de mil grãos (MMG) e produtividade (PROD) na soja. Floresta (PR). Safra 2018/19.
Tratamentos | V1 | V2 | V3 | NVP | NGP | MMG | PROD | Incremento de Produtividade |
G | kg ha-1 | em Relação a Testemunha (%) | ||||||
Testemunha | 4,7 b | 12,5 b | 19,7 b | 37,0 b | 88,9 b | 129,5 a | 2618,4 b | _ |
Ureia | 4,3 b | 10,2 b | 17,6 b | 32,1 b | 77,6 b | 123,4 a | 2496,6 b | _ |
N-Hexion 1 | 4,2 b | 13,0 b | 25,3 a | 42,5 a | 106,3 a | 122,4 a | 2646,6 b | 1,0 |
N-Hexion 2 | 6,3 a | 15,4 a | 22,5 a | 44,2 a | 104,7 a | 121,5 a | 2869,5 a | 9,6 |
N-Hexion 3 | 6,6 a | 16,1 a | 27,1 a | 49,9 a | 120,2 a | 128,1 a | 3003,0 a | 14,7 |
Obs: Médias seguidas de mesma letra não se diferem pelo teste Scott-Knott (10%).
Figura 1 – Produtividade da soja em função dos tratamentos: sem N foliar, com ureia convencional e com Triazona (N-Hexion 1, 2 e 3). Floresta (PR). Safra 2018/19. Obs: Médias seguidas de mesma letra não se diferem pelo teste Scott-Knott (10%).
Para saber mais sobre a tecnologia dos fertilizantes foliares de liberação gradual da Hexion, entre em contato pelos e-mails: contato@hexion.com ou customerserviceBR@hexion.com