O monitoramento é o ponto de partida para identificar a praga no campo, e as medidas de controle devem seguir recomendação técnica
O tripes é umas das principais pragas das hortaliças, causando prejuízos diretos e indiretos às culturas hospedeiras. Apesar de possuir aparelho bucal sugador, quando se alimenta da seiva ele causa sintoma de “raspa“ na epiderme das folhas e ramos devido à sua configuração bucal.
São insetos pequenos, variando de 0,5 a 13 mm de comprimento, com coloração variando de branco leite a amarelo, quando nas fases jovens, e coloração escura quando adultos. Na natureza ocorrem espécies, em sua maioria, fitófagas, porém, existindo também espécies predadores.
“Além dos prejuízos diretos à cultura hospedeira, o tripes pode transmitir viroses e, principalmente, abrir portas de entrada para fungos e bactérias, sendo esse último um dos principais problemas atuais que ocorre na cultura da cebola na região do Alto ParanaÃba (MG). Em alta infestação já foram relatados danos maiores que 50% em produtividade e qualidade de bulbos“, alerta Sidnei Peres de Souza, engenheiro agrônomo do Grupo Okuyama-Hortland.
O ataque
O ataque no campo normalmente é fácil de ser identificado. A parte da planta atacada torna-se descorada, e no local da lesão há escurecimento do tecido, com posterior necrose, sendo que em algumas culturas pode ocorrer sintoma de “queimadura“ e “prateamento“.
Sidnei Peres informa que o ataque pode ocorrer desde o aparecimento das primeiras folhas até o final do ciclo da cultura, sendo intensificado pelo clima seco e temperatura média alta. “Em cebola, o tripes é hoje o principal inseto-praga, ocorrendo, em sua maioria, sob as bainhas das folhas, onde só são observados com maior atenção. Esse nicho de alimentação, associado à arquitetura e à cerosidade da planta de cebola, acabam se tornando sua maior defesa, pois nessas condições quase nunca são alcançados por produtos recomendados para seu controle“, ressalta o agrônomo.
Controle
Para controle dessa praga poucos métodos são realmente eficazes. Por se tratar de uma praga polÃfaga, diz Sidnei Peres, a rotação de culturas é pouco eficiente, a eliminação de soqueiras e dessecação antecipada da área de plantio podem ajudar. “Evitar cultivos escalonados em áreas próximas pode minimizar o ataque“, indica Sidnei Peres.
O controle biológico acontece naturalmente no campo, até mesmo por espécies de tripes predadores, porém, seu uso comercial é pouco conhecido. Uma adubação balanceada corrobora para uma melhor resposta de defesa da planta atacada.
O mais usual e eficiente método para controle utilizado hoje é o químico, existindo inúmeros defensivos registrados para controle dessa praga em cebola. No campo, os melhores resultados têm sido observados com o uso de produtos à base de neonicotinoides, por serem sistêmicos, porém, com melhor ação sobre as formas jovens (ninfas).
Produtos do grupo químico dos carbamatos e pirazois associados a uma isca, como açúcar ou outro atrativo do tipo, tem sido a melhor opção para controle dos insetos adultos, de acordo com Sidnei Peres.
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