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Tutoramento – Para seu maracujazeiro ficar de pé

Aloisio Costa Sampaio

Professor adjunto da Faculdade de Ciências(FC) ” UNESP/Bauru (SP)

aloisio@fc.unesp.br

Terezinha de Fátima Fumis

Professora assistente e doutora da FC/UNESP ” Bauru

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, sendo que a espécie Passiflora edulis f. flavicarpa, ou maracujá amarelo, possui maior importância socioeconômica.

O tutoramento é indispensável na cultura do maracujazeiro amarelo, pois esta passiflorácea necessita de uma estrutura de sustentação a fim de atingir o fio de arame liso, em sistema conhecido por ‘espaldeira’.

Na fase de formação ou condução da planta há necessidade de desbrotas manuais semanais, cujo objetivo é promover o desenvolvimento da haste ou ramo principal até que o mesmo ultrapasse o fio de arame liso presente ao redor de 1,9 m de altura em relação ao solo.

Caso esta prática não seja realizada com eficiência, haverá uma intensa brotação lateral, com consequente atraso na formação dos ramos produtivos, conhecidos na prática como ‘cortina’.

Deve-se ressaltar que o florescimento nas variedades deste grupo inicia-se no Centro-sul do Brasil durante o mês de setembro, em função da presença de dias longos, de modo que em locais onde não ocorra a presença do vírus do endurecimento dos frutos, o momento ideal de plantio seria os meses de fevereiro e março.

Na fase de ‘desbrota’ lateral, deve-se prestar muita atenção quando a haste principal estiver próxima ao arame, a fim de se deixar dois brotos laterais em sentidos opostos e que serão conduzidos paraambos os lados da planta. Estes ramos conduzidos ao longo do arame serão despontados ou podados quando apresentarem 1,25 m de comprimento, supondo um espaçamento entre plantas na linha de 2,5m, concluindo-se, neste momento, a poda de formação do maracujazeiro.

 

Mudas produzidas em ambiente protegido e com substrato orgânico - Crédito Aloisio Costa Sampaio
Mudas produzidas em ambiente protegido e com substrato orgânico – Crédito Aloisio Costa Sampaio

Mudas

Em função da presença do vírus do endurecimento dos frutos nas principais regiões produtoras do Brasil, as mudas devem ser adquiridas de viveiristas que possuam estufas fechadas com tela antiafídeo (pulgões) e em sacolas plásticas com volume mínimo de um litro de substrato orgânico.

Durante a poda de formação no campo, realizar pulverizações preventivas com produto à base de Bacillusthurigiensisou uso de Trichogrammapretiosumpara controle do lepidóptero conhecido por Dione Juno Juno, cujas fêmeas realizam postura concentrada de ovos na página inferior das folhas.

Outra medida preventiva importante em função do baixo volume de calda de defensivo empregada neste momento representa pulverizações com fungicida à base de cobre mais espalhante adesivo, a fim de minimizar sintomas de doenças fúngicas e bacterianas.

O plantio de capim Napier como quebra-vento três a quatro meses antes do plantio das mudas de maracujá é extremamente importante, a fim de se evitar ferimentos nas folhas e quebra de ramos novos.

Operação de poda, realizada no maracujazeiro - Crédito Aloisio Costa Sampaio
Operação de poda, realizada no maracujazeiro – Crédito Aloisio Costa Sampaio

Poda de produção

A poda de produção não é uma prática usual na cultura do maracujá amarelo, apesar de ser uma frutífera que possui o hábito de fruticultura em ramos do ano. Os poucos trabalhos científicos realizados e publicados não trazem uma resposta positiva significativa em termos de produtividade e qualidade de frutos.

Além disso, a presença do vírus do endurecimento presente nos principais Estados produtores, como Bahia, Minas Gerais, São Paulo, e mais recentemente em Santa Catarina, dificultam esta prática cultural, pois o vírus, além da tradicional disseminação por afídeos ou pulgões, também pode se dar por instrumentos de poda, conhecida tecnicamente por transmissão mecânica.

Em decorrência da presença endêmica do vírus nos principais centros produtores, a cultura do maracujazeiro tem produzido em sistema de ciclo anual, pois no segundo ano a queda da produtividade não justifica a manutenção do pomar.

Essa matéria você encontra na edição de março2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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