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Gustavo Antonio Faria Rabêlo
Técnico em Agricultura e Zootecnia, graduando em Agronomia na Universidade Federal de Lavras (UFLA), membro do grupo PET Agronomia e bolsista FAPEMIG – iniciação científica na cultura do feijão
Rayani Sales Bayão
Graduanda em Agronomia na Universidade Federal de Lavras (UFLA), membro do grupo PET Agronomia e estagiária voluntária em Melhoramento Genético do Feijão
Os bioestimulantes, segundo estudos, podem ser definidos como uma mistura de um ou mais fitorreguladores com outros compostos (aminoácidos, vitaminas, e nutrientes).
Os fitorreguladores ou fitormônios (auxinas, giberelinas, citocininas, ácido abscÃsico, etileno e outros), são substâncias produzidas naturalmente pelas plantas, mas que também podem ser sintetizadas. Quando aplicados em quantidade pequena, afetam o crescimento da planta e seu desenvolvimento.
No feijão (phaseolusvulgaris), os fitorreguladores exercem funções importantes no seu desenvolvimento, sendo uma delas tornar a planta mais resistente a estresses ambientais.
Esses estresses podem levar a planta a perder a capacidade de equilibrar suas propriedades oxidativas e antioxidantes. Desse modo, a planta pode apresentar dificuldade em fazer a fotossíntese o que, consequentemente, reduzirá sua produção.
O uso de fitorreguladores tem sido atualmente associado aos micronutrientes, buscando alcançar maiores valores de produção de grãos de feijão. É notável a grande importância que tem os micronutrientes para as plantas, mesmo que sua exigência pelas plantas seja pequena. Porém, a ausência de qualquer micronutriente comprometerá a produção, mesmo que todos os outros nutrientes estejam em níveis ideais.
Ainda não se sabe ao certo os efeitos dos produtos à base de fitorreguladores e micronutrientes no enchimento de grãos do feijoeiro. Estudos nessa área ainda não são difundidos, mas a expectativa é que o correto manejo de micronutrientes aliado aos fitorreguladores possa trazer grandes benefícios ao feijoeiro.
Produtividade
Os bioestimulantes apresentam em sua composição fitorreguladores como a auxina, que está relacionada à regulação do crescimento, a citocinina, que estimula a divisão celular (citocinese), a giberelina, que está relacionada à estimulação tanto da divisão celular como do alongamento celular; e também têm em sua composição micronutrientes como molibdênio (Mo), magnésio(Mg) e zinco (Zn), que irão definir grande parte do potencial produtivo do feijão, pois os processo de fotossíntese, respiração e fixação do nitrogênio atmosférico, dependem deles para acontecer.
Portanto, o aumento da produtividade pode vir a ser considerável com a aplicação dos hormônios.
PerÃodo para a aplicação do bioestimulante
Em estudos de Dourado Neto et al. (2004) concluiu-se que, independentemente da aplicação ser feita em sulco de plantio, diretamente nas sementes ou na pulverização foliar, os resultados de produção de grãos de feijão serão maiores do que as plantas sem nenhum tipo de tratamento.
Contudo, alguns autores dizem que, para se conseguir uma maior produtividade de feijão, o tratamento deve ser feito via foliar no estádio reprodutivo R5 (aparecimento do primeiro botão floral e do primeiro rácemo).
Resultados obtidos em campo
Infelizmente, poucos são os resultados de pesquisas sobre o efeito de bioestimulantes na produção de grãos de feijão, e os poucos trabalhos muitas vezes são contraditórios.
Dourado Neto et al. (2004) diz que o uso de bioestimulantes na produção de feijão pode aumentar de 20,26 a 27,37%, em relação às plantas sem tratamento. Já segundo Lana et al. (2009),a aplicação de bioestimulantes eleva a produção de grãos de feijão em cerca de 13,33% em relação às plantas que não receberam o produto.
Outros autores dizem que a produtividade do feijoeiro em função da aplicação de bioestimulantes pode chegar a níveis de 30 a 37%.
Dosagem recomendada e custo
A dosagem ideal e custo de aplicação do bioestimulante são valores que não podem ser fixados, pois irão depender de vários fatores externos, como a forma e época de aplicação, o produto comercial aplicado, preço da mão de obra, entre vários outros fatores.
Resultados de alguns trabalhos mostram que diferentes doses de um mesmo produto comercial (25 ml/ha, 50ml/ha, 75ml/ha e 100ml/ha) proporcionaram o mesmo valor de produção entre si, e todos superiores a plantas que não foram adicionados nenhum produto.
O custo-benefÃcio que se tem com o uso de bioestimulantes na produção do feijoeiro é compensatório. Além da maior produção de grãos, devido aos inúmeros benefícios, diretos ou indiretos, proporcionados pelo bioestimulante, o mesmo pode contribuir para a resistência a estresses ambientais.
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