JanaÃna Muniz
Doutoranda em Produção Vegetal pela Universidade do Estado de Santa Catarina, orientada dos professores Leo Rufato e Aike A. Kretzschmar
A physalis pertence à família das solanáceas, assim como o tomate. No entanto, está sendo enquadrada no grupo das pequenas frutas, como por exemplo, o morango. A physalis (Physalis peruviana L.) produz um pequeno fruto açucarado, rico em vitamina A e C, ferro e fósforo além de, alcaloides, flavonoides carotenoides e compostos bioativos considerados funcionais.
Considerando o nível de oxidação biogenética, o gênero Physalis é o mais evoluÃdo na família Solanaceae. Esta importante posição é devido à presença de metabólitos polioxigenados, os vitaesteroides, derivados do ergostano.
O sistema enzimático nas plantas do gênero physalis possui habilidade de oxidar o átomo de carbono do núcleo esteroidal e da cadeia lateral, com exceção dos carbonos C-8, C-9 e C-11 originando ampla variedade de estruturas químicas: fisalinas, vitafisalinas, ixocarpalactonas, acnistinas, dentre as demais.
Estudos com extratos das folhas de diferentes espécies de physalis têm revelado importantes atividades biológicas, como ação antibiótica, antioxidante, anticancerÃgena, antiinflamatória, moluscida e repelente a insetos, graças a compostos bioativos como os witanólidos, fenóis e etanólicos.
Na Colômbia, é amplamente utilizada como anticarcinogênico, antibacteriano, antipirético, diurético e para o tratamento de doenças como malária, asma, hepatite, dermatite e artrite reumatoide.
No Nordeste brasileiro é utilizada em tratamentos caseiros de reumatismo crônico, problemas renais, de bexiga e do fÃgado, como também é sedativo, antifebril, antivomitivo e trata doenças de pele.
Nicho de mercado
A physalis é utilizada principalmente no mercado in natura e para fabricação de docinhos sofisticados em confeitarias. Outro mercado que está sendo considerado interessante é o de polpa (fabricação de geleias, sorvetes e iogurte).
O fruto é considerado exótico, alcançando elevados preços de venda. Além do fruto in natura, pode-se ainda comercializar a raiz e as folhas (para o mercado farmacológico) e o cálice (envoltório do fruto), o qual possui forma de balão, muito utilizado em decorações.
No entanto, antes de se produzir physalis deve-se levar em conta o local de produção e definir o mercado (destino final) para essas frutas.
Condições propÃcias para a sua produção
A physalis desenvolve-se numa extensa faixa de condições agroecológicas e está classificada como uma espécie muito tolerante a diversos tipos de clima e solo. Os requerimentos edafoclimáticos (clima e solo) de cultivo são muito semelhantes aos do tomateiro.
Mas vale ressaltar que umidade, seca, frio e calor excessivos prejudicam o crescimento e desenvolvimento das plantas, assim como a qualidade final do produto (fruto), diminuindo sua produtividade.
A physalis apresenta melhor crescimento e desenvolvimento em regiões com temperaturas entre 15 a 25°C, com diferenças térmicas noite/dia de 5 a 6 ºC. As baixas temperaturas (menores que 8 °C) podem impedir que a planta cresça e se desenvolva naturalmente, sendo que ela tolera geadas leves e quando no inverno ocorrem mudanças bruscas de temperatura (abaixo de 0 °C) a planta morre.
As temperaturas elevadas (maiores que 30 °C) prejudicam a floração e a frutificação em cultivos comerciais.