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Manejo nutricional da pimenta-do-reino

Fábio Luiz Partelli

Engenheiro agrônomo, doutor em Produção Vegetal e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

partelli@yahoo.com.br

Crédito Fábio Luiz Partelli
Crédito Fábio Luiz Partelli

A pimenta-do-reino (Piper nigrum L.) é uma das principais especiarias do mundo, servindo no preparo de alimentos industrializados (salame, salsicha, mortadela, fiambre, presunto, paio), temperos verdes, indústria farmacêutica, de cosméticos e perfumaria e também como inseticida natural. É comercializada na forma de grãos ou moída em pequenas embalagens nos diferentes mercados e feiras do Brasil e do mundo.

Na década atual, a produção mundial de pimenta-do-reino tem sido sempre superior a 400 mil toneladas, sendo aproximadamente 80% de pimenta preta e os outros 20% de pimenta branca e uma pequena quantidade de pimenta verde em conserva.

Portanto, a pimenta-do-reino é um dos condimentos mais valorizados do mundo, com grande valor econômico. Nos últimos anos, o Brasil tem produzido mais de 40 mil toneladas por ano (aproximadamente 10% da produção mundial), com exportações superiores a 30 mil toneladas. Atualmente, o Brasil apresenta uma área cultivada acima de 20 mil hectares, com uma produtividade média em torno de 2,1 toneladas por hectare por ano.

Condições de plantio

A pimenta-do-reino é uma planta de regiões com clima quente e úmido. No Brasil grande parte dos cultivos é realizada em regiões com altitude de até 300 m e umidade relativa entre 60 e 85%.

As duas principais regiões produtoras apresentam suas particularidades; no Estado do Pará (região norte – Amazônica) os plantios estão localizados em áreas onde a precipitação fica em torno de 2.000 mm por ano e temperaturas médias entre 26 a 28ºC.

Já no Espírito Santo (região sudeste ” Mata Atlântica) é plantada em áreas com precipitação em torno de 1.200 mm por ano e temperaturas médias de 23ºC, sendo característico o cultivo irrigado, observado em mais de 80% das lavouras.

Nos últimos anos, o Brasil produziu mais de 40 mil toneladas de pimenta-do-reino por ano - Crédito Gilberto Fraife
Nos últimos anos, o Brasil produziu mais de 40 mil toneladas de pimenta-do-reino por ano – Crédito Gilberto Fraife

Solo

A correção do solo e a prática da adubação são manejos fundamentais para aumentar a produtividade. A correta interpretação de resultados de análises de solo e de folha gera informações que auxiliam no uso racional de insumos, no equilíbrio nutricional das plantas e, consequentemente, no aumento da produtividade.

Portanto, preconiza-se a utilização de métodos que favoreçam subsídios para um diagnóstico nutricional eficiente e prático, a partir de resultados analíticos do solo e das folhas de uma planta ou lavoura, para a obtenção de uma elevada produtividade, associada ao uso correto de adubos, proporcionando uma atividade mais sustentável em termos econômicos e até mesmo ambientais (evitar excesso ” contaminação de lençol freático).

Entretanto, são escassos trabalhos sobre a nutrição que representam a atualidade do manejo da pimenta-do-reino. Neste sentido, há uma real necessidade de realização de pesquisas na área, atendendo uma demanda do setor.

Análise de solo

Para realizar as adubações, leva-se em consideração os resultados obtidos das análises químicas e físicas do solo. No plantio é recomendado o uso de 03 a 15 litros de esterco curtido por cova, fertilizantes fosfatado, potássico e fonte de micronutrientes. Geralmente, se a análise de solo indicar baixas concentrações de micronutrientes, recomenda-se aplicar fertilizantes com esses minerais.

Com base em tabelas, pode-se sugerir se a concentração do nutriente é adequada, baixa ou aula, e recomendar a adubação de plantio, formação e produção. Contudo, a quantidade de fertilizante pode variar conforme a região, nível de produtividade desejada e outras particularidades. Registra-se que o agricultor pode usar adubação orgânica e cultivo de plantas de cobertura.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Adubação ideal

O nutriente mais contido no tecido vegetal (folhas e frutos) da pimenta-do-reino é o nitrogênio (Tabela 1). O K apresenta quantidades relativamente altas, à semelhança do Ca.

As quantidades de Mg contidas na pimenta-do-reino são superiores apenas às quantidades de P, apresentando maiores quantidades nas folhas. Os dados permitem concluir que o N é o nutriente mais extraído numa lavoura de pimenta-do-reino (com a retirada dos frutos), seguido pelo K, Ca, Mg e P.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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