João Henrique Barbosa da Silva
Engenheiro agrônomo (UFPB) e mestrando em Agronomia – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
henrique485560@gmail.com
Daniele Batista Araújo
Engenheira agrônoma, mestra e doutoranda em agronomia – UFPB
danielearauujo12@gmail.com
A fusariose raça 4 tropical, ainda sem controle químico ou variedades resistentes, atinge a bananeira pelo solo infectado, mudas contaminadas, implementos agrícolas e instrumentos de poda infectados.
Como consequência, a planta seca, amarelece e morre. O fungo permanece no solo por mais de 40 anos, tornando inviável a continuação da cultura na área. A única forma de evitar prejuízos é a prevenção.
Algumas ações podem ser levadas em consideração, como por exemplo, a educação sanitária da população em geral, capacitação de técnicos, plano de amostragens e levantamento anual por meio de métodos de detecção da praga.
Prejuízos
De modo geral, essa praga é capaz de destruir cultivos inteiros de banana, deixando os solos improdutivos por aproximadamente 40 anos, levando a diversos prejuízos, dentre os quais, o econômico.
A fusariose raça 4 tropical prejudica muitos produtores, quando disseminada nas áreas, o que faz encarecer o produto para o consumidor.
Ela é originada de um fungo de solo (Fusarium oxysporum f. sp. cubense), sendo considerada a principal doença da bananeira. Sua transmissão ocorre de maneira silenciosa, espalhando-se antes que os sintomas apareçam.
Como o fungo se espalha
O fungo penetra o sistema radicular, atinge o caule subterrâneo (rizoma) e posteriormente as bainhas das folhas mais externas do pseudocaule, colonizando e obstruindo os vasos condutores de seiva da bananeira, e assim dificultando a passagem de água e nutrientes para a parte aérea.
Dessa forma, a cultura começa a exibir sintomas de murcha, amarelecimento, necrose e pode chegar à morte da folha mais velha em sentido às mais novas.
Formas de controle
Como técnicas de controle da fusariose, temos a utilização de variedades resistentes, mudas sadias e de procedência, afim de evitar a entrada do patógeno nas áreas produtivas. Assim, todo material propagativo utilizado na área deve ser adquirido de produtores credenciados ou de bananais jovens e vigorosos.
Outra medida é realizar a limpeza das mudas por meio do descortiçamento, com a finalidade de eliminar aquelas que estão doentes no lote, além de também realizar a correção do pH do solo próximo à neutralidade. Os solos devem ser férteis e bem drenados.
Outro ponto importante é a vistoria frequente do campo produtivo, já que assim que se detectar uma planta doente deve-se removê-la imediatamente e destruir os restos culturais da mesma.
Como reduzir os danos causados pela praga
O controle das doenças e pragas na agricultura tem se intensificado bastante nos últimos anos, contudo, para a fusariose da bananeira é bem mais complicado reduzir os danos causados às plantas, tendo em vista que, a partir do momento que se detecta a presença da doença na área é preciso remover e destruir os restos culturais das mesmas e evitar, assim, sua propagação em toda a área produtiva.
Ultimamente, vem sendo realizado o controle químico, basicamente por meio do emprego de produtos sintéticos, com elevados custos e riscos ambientais, como o desequilíbrio ecológico, e toxicológicos, com elevada concentração nos alimentos.
O controle químico da fusariose é economicamente impraticável. Assim, uma vez a doença presente no bananal, esta não pode ser controlada a partir da aplicação de fungicidas, tampouco erradicada por meio da fumigação do solo. Dessa forma, a única alternativa de controle duradouro dessa doença, até então disponível e viável, é o cultivo de cultivares resistentes.
Custo envolvido
Com relação aos custos, sabe-se que o controle químico é economicamente inviável, contudo, o método de reduzir esses danos é evitar a entrada do fitopatógeno na área. Como se sabe, esse fungo é habitante do solo e possui a capacidade de sobrevivência por longos períodos.
Ainda, na ausência do hospedeiro, ele continua seu ciclo, já que é caracterizado como saprófita. Dessa forma, uma vez presente no solo, é impossível ser eliminado.
Como já mencionado, os métodos de controle eficazes contra a fusariose da bananeira são restritos, limitando-se, nesse sentido, às estratégias de manejo principais, que focam na exclusão do patógeno, ou seja, a introdução da cultura em áreas livres do patógeno, além do uso de variedades resistentes e mudas sadias.
Novidades
A dificuldade de controle de doenças de plantas por técnicas tradicionais intensifica os estudos com outros métodos, como o controle biológico em diversas culturas, melhoramento genético, afim de desenvolver novas variedades resistentes aos fitopatógenos, além de realizar testes com extratos vegetais e uso de óleos essenciais.
O controle biológico de doenças causadas por fungos de solos tem sido bastante estudado e, em bananeira, a utilização de microrganismos antagonistas constitui-se uma alternativa muito promissora para reduzir as populações dos fitopatógenos no solo.
Espécies de gênero Trichoderma são reconhecidas pelo efeito antagônico contra espécies de patógenos de plantas.