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Alerta: sementes falsificadas deixam setor HF em alerta

Foto: Agrocinco

Alicia Fiore
Graduanda em Agronomia – Centro Universitário de Ourinhos (Unifio)
aliciafioreagro@gmail.com
Aline Mendes de Sousa Gouveia
Engenheira agrônoma, doutora e professora – Unifio
aline.gouveia@unifio.edu.br

Um dos setores que mais alavanca o PIB nacional é a agricultura brasileira e nele o setor da horticultura é responsável por alimentar e abastecer os mercados interno e externo. A quantidade de frutas e hortaliças comercializadas nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) foi, no ano de 2022, em torno de 400.000 toneladas ao mês, segundos dados da Conab, e o volume total de frutas enviadas para o exterior foi de 1,046 milhões de toneladas.

Para isso, manter as altas produtividades no setor hortícola e atender a demanda cada vez mais crescente em produção e qualidade dos produtos exige uma combinação de tecnologias e investimentos, que vão desde o preparo do solo, escolha da semente até a pós-colheita, a fim de garantir a manutenção da qualidade adquirida no campo até a chegada à mesa do consumidor.

Nesta área, umas das grandes preocupações dos agricultores e horticultores brasileiros é o surgimento crescente em produção e comercialização de sementes falsificadas ou piratas no mercado nacional, pois elas podem afetar a qualidade e, consequentemente, a produção das culturas hortícolas. Algumas das principais consequências incluem:

Germinação baixa: as sementes falsificadas geralmente não germinam como deveriam, o que resulta em perda de tempo e dinheiro para o agricultor.

Qualidade inconsistente: as plantas germinadas a partir de sementes falsificadas podem não ser tão saudáveis ou produtivas quanto as germinadas a partir de sementes de qualidade.

Problemas de pragas e doenças: algumas sementes falsificadas podem estar contaminadas com patógenos que podem causar doenças nas plantas, prejudicando a produção.

Impacto na economia: o uso de sementes falsificadas pode prejudicar a economia local, já que a produção de culturas de qualidade é importante para a exportação de produtos agrícolas e hortícolas.

Atenção redobrada

Além de não apresentarem garantia de rentabilidade econômica, as sementes falsificadas podem ser um veículo de doenças e pragas na lavoura. Tais problemas acarretarão na necessidade de investimento em defensivos agrícolas, aumentando assim as despesas na produção.

Atrelado ao fato de que os comerciantes ilegais não fornecem nenhuma garantia na ocorrência de problemas, diferentemente das empresas legalizadas, o produtor irá arcar totalmente com os prejuízos.

Outro ponto importante é a falta de testes e registros nos órgãos governamentais, o que implica em riscos à saúde humana no consumo do produto final, bem como ao meio ambiente, pois não há garantia de sanidade e pureza.

A fim de proteger os agricultores e garantir a qualidade das culturas, é importante que sejam tomadas medidas para combater a venda de sementes falsificadas. Isso inclui ações governamentais, como a fiscalização e a regulamentação do mercado de sementes, bem como a sensibilização dos agricultores sobre a importância de adquirir sementes de fontes confiáveis e credenciadas aos órgãos competentes.

Sendo assim, a escolha de sementes de qualidade é uma etapa primordial na produção, aliada ao manejo adequado, que irão garantir uma safra produtiva, bem como alimento de qualidade para o consumo ou para processamento industrial. 

Certificação traz segurança

As sementes certificadas garantem ao produtor um elevado poder germinativo, bem como vigor das plantas, implicando em maiores produtividades e maior valor agregado ao produto, compensando o investimento ao adquiri-las.

Para ser certificada, a semente apresenta pureza varietal, que garante ao produtor plantas exclusivamente da variedade desejada, segurança fitossanitária com rigor no controle de pragas, doenças e plantas daninhas, garantindo ao produtor um maior potencial produtivo.

A produção e comercialização de sementes piratas é considerada recorrente na horticultura brasileira, e uma forma de o produtor assegurar-se de que está comprando produtos de qualidade é adquiri-las de revendas ou cooperativas de credibilidade e credenciadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), bem como produtos de marcas conhecidas e rótulos na língua portuguesa, pois uma característica de produtos contrabandeados é a descrição em línguas estrangeiras.

Sementes piratas, produzidas e comercializadas ilegalmente, sem o registro do MAPA, são consideradas crime e se enquadram na Lei de Proteção de cultivares (Lei 9.456/97), pois violam as patentes das marcas registradas, sendo um caso de roubo de material genético.

Todos perdem

Toda cadeia produtiva é responsável pela garantia de produtos de qualidade. A compra de produtos ilegais atua contra a boa reputação da agricultura brasileira, pois a obtenção de sementes falsificadas gera prejuízos para os produtores pela falta de qualidade, bem como pelos riscos que apresentam à lavoura, além de ser um ato criminoso, passível de punições aos envolvidos.

Portanto, ao realizar a escolha do material que será utilizado no plantio, o produtor deve optar por sementes certificadas, sempre oriundas de empresas de credibilidade e com a orientação de um engenheiro agrônomo, responsável por indicar o material adequado para cada tipo de situação produtiva.

Não se iluda: falsificação é contra seu negócio

Flavio Pagnan
Engenheiro Agrônomo e diretor técnico e de marketing da Agrocinco
flavio.pagnan@agrocinco.com.br

A Agrocinco está tendo problemas com vendas de falsas sementes há mais de 10 anos, em várias culturas, mais notadamente no maracujá, alface, tomate e mamão, as quais são vendidas via mercado livre e outros sites na internet pela média de 50 a 80% mais baratas.

Com os prejuízos relatados pelos produtores, resolvemos colocar um alerta em nosso site, orientando que eles entrem em contato conosco para confirmar se o vendedor desse site é credenciado por nós e realmente adquire as nossas sementes.

Outro fator interessante é o produtor atentar para os preços: não existe milagre. Sementes híbridas de mamão, tomate, maracujás, etc., são extremamente técnicas, com origem genética e, muitas vezes são vendidas a preços irrisórios.

A regra é simples e fácil: sempre nos contatar e confirmar a procedência das sementes e do vendedor.

Não se engane

Importante ressaltar aqui que não são profissionais, são falsificadores. Podemos afirmar que existem muitos falsificadores comercializando sementes que não possuem procedência.

Uma vez que as “sementes” não possuem procedência, podemos afirmar que os prejuízos serão grandes. Um produtor de tomate de Santa Catarina afirmou ter comprado um de nossos híbridos que produziu somente três pencas, e com tomates desuniformes.

Questionamos se ele adquiriu de distribuidor credenciado e, infelizmente, a resposta foi: não! Imagine o investimento de um estaleiro de tomate, palanques, arame, toda a mão de obra, defensivos, adubos, etc., e no final não colher absolutamente nada.

Esse problema é recorrente também na cultura do maracujá, que demanda alto investimento na implantação da estrutura de condução do pomar e, ao final, resulta em colheita mínima.

Certa vez um produtor do Paraná questionou que o nosso maracujá BRS Pérola do Cerrado não produziu. Ocorre que ainda não tínhamos lançado esse maracujá no mercado e o falsificador já estava comercializando.

No mamão é semelhante: custo altíssimo na implantação do pomar, meses aguardando a primeira colheita e prejuízo certo.

Resumindo

Os custos de condução de uma cultura são os mesmo para sementes com origem genética e para sementes falsificadas. Uma trará lucro e a outra prejuízo, comprometendo as finanças do produtor.

Fique atento:

” Os falsificadores copiam nossas embalagens, divulgam informações e fotos do nosso site em suas páginas de venda.

” O Mercado Livre não nos atende, apenas via robôs.

” Já notificamos o MAPA e Ministério Público e alertamos nosso parceiro genético, a Embrapa.

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