Carvão vegetal de origem legal é importante aliado na redução da emissão de carbono

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Os efeitos das mudanças climáticas trazem sérios riscos para diversas atividades econômicas, mas também geram inúmeras oportunidades, principalmente para setores como a indústria florestal. Tempos difíceis, como o que estamos vivendo com a pandemia do novo coronavírus, aumentam o senso de urgência para mudanças de comportamento, sobretudo em relação à conservação dos recursos naturais e a preservação ambiental. Pensando nisso, a Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF), em parceria com a Plantar Carbon, está desenvolvendo o projeto “Valorização para a cadeia do carvão vegetal na economia de baixo carbono”, com os objetivos de potencializar as oportunidades em relação aos benefícios climáticos e buscar a valorização das atividades que utilizam o carvão vegetal oriundo de florestas plantadas, um insumo renovável com potencial estratégico.  “Elaboramos um robusto e ousado plano de ações que visa valorar, sob a análise climática, o uso do carvão vegetal em processos industriais, insumo de grande importância, principalmente na metalurgia, advindo de florestas plantadas, que têm o balanço de carbono equilibrado (denominado neutro) em relação à outros tipos de produtos ou fontes energéticas”, explica a presidente da AMIF, Adriana Maugeri.

Para o desenvolvimento do projeto, as empresas associadas à entidade, que produzem e podem utilizar o carvão vegetal em sua produção, tais como indústrias de ferro-gusa, ferroligas e aço, realizaram um completo estudo que servirá como base técnica para nortear as tratativas com governo e outros agentes da sociedade, a fim de identificar oportunidades e formular propostas para que a produção e consumo do carvão vegetal possam servir como solução  cada  vez mais efetiva ao combate às mudanças do clima.

Como é baseado no plantio sustentável de biomassa florestal, o carvão vegetal, que é neutro em CO2, gera sequestro de carbono e evita emissões em processos industriais.  “O carvão vegetal é um insumo renovável que integra importantes cadeias produtivas no Brasil, com destaque para Minas Gerais.  Está no centro de processos que vão desde o uso sustentável da terra até o uso de produtos baseados em ferro-gusa, ferro-ligas e aço, por  exemplo, construção civil, setor automotivo, máquinas e equipamentos diversos. Pode ser uma vantagem competitiva do país em uma nova economia de baixo carbono, conectando o nosso meio rural ao desenvolvimento industrial de última geração.  Diante disso, o objetivo do trabalho foi identificar e potencializar estas oportunidades para o setor, buscando a transição para uma economia de baixo carbono.” Explica Fábio Marques, Diretor da Plantar Carbon.

O Diretor explica, ainda, que, para alcançar esse reconhecimento pela atividade industrial que utiliza o carvão vegetal como insumo, é necessário que haja contrapartidas econômicas adequadas de governo; órgãos ambientais; segmentos financiadores e tributários, e também, de incentivo à tecnologia e inovação, capazes de estimular e valorizar investimentos.

Segundo o Banco Mundial, mais de 70 países se comprometeram a trabalhar em direção a emissões líquidas zero de carbono até 2050 e, atualmente, existem mais de 60 iniciativas de precificação de carbono em curso no mundo, seja através de mercados ou tributação de carbono, que movimentam mais de US$82bi. Além disso, diversos movimentos de desinvestimento em atividades carbono-intensivas – que não possuem iniciativas para produzir com menor impacto ao meio ambiente e seu entorno – estão surgindo. Os ativos comprometidos nos riscos de desinvestimento saltaram de US$ 52 bilhões em 2014 para mais de US$ 11 trilhões atualmente.

O importante papel da indústria florestal

Outro ponto de relevância é a legalidade da origem do carvão vegetal. Para se obter todos os benefícios climáticos do balanço equilibrado de carbono, se faz necessária a utilização de madeira legal plantada e que esteja em consonância com as legislações ambientais vigentes. A indústria florestal, comprometida com seus propósitos e sustentabilidade, é, há anos, um exemplo claro da viabilidade do desenvolvimento econômico verde.  Dos 853 munícipios do Estado, 798 possuem plantios florestais, conforme levantamento da empresa de geoprocessamento Canopy Remote Sensing Solutions, o que reforça o compromisso da indústria florestal mineira com o incentivo à bioeconomia, que tem como objetivo oferecer soluções para a sustentabilidade dos sistemas de produção com vistas à substituição de recursos fósseis e não renováveis.

Sobre o projeto

O projeto foi realizado em duas etapas: A primeira teve o foco no potencial estimado de mitigação (redução de emissões de carbono e sequestro de carbono) com análises dos benefícios climáticos e o balanço entre emissões e remoções das três componentes avaliadas: florestas, carbonização e indústrias, trazendo um panorama sobre a situação atual e projeções para o futuro. A etapa seguinte discutiu os principais tipos de contrapartidas econômicas, além de questões regulatórias, associadas ao potencial do segmento, servindo de base para a construção de um plano de ação setorial, que irá auxiliar a AMIF e empresas associadas na construção de uma agenda mais direcionada ao clima.

Entre os principais resultados esperados estão a criação de mecanismo de pagamento por resultados decorrentes de redução de emissões, aumento de remoções e estoques de carbono, criação de canais de financiamento diferenciados para o setor, redução de carga tributária ou reforma tributária verde, diferenciação no comercio internacional e desburocratização do licenciamento ambiental para atividades inseridas em uma economia de baixo carbono.

Sobre a AMIF

A AMIF representa a indústria de base florestal de Minas Gerais. São empresas que cultivam árvores de várias espécies com a finalidade de oferecer madeira para o mercado de forma renovável e sustentável. A grande maioria destas florestas possuem certificações internacionalmente reconhecidas, que atestam esta sustentabilidade do seu manejo e origem. A madeira cultivada é utilizada principalmente para produção de painéis, pisos laminados, lápis, madeira serrada, madeira tratada, carvão vegetal, celulose. São produtos e subprodutos que estão presentes na vida 100% dos brasileiros, oferecendo bem-estar, conforto, higiene e praticidade. Hoje, a entidade defende as causas e direitos deste setor, trabalhando a favor do desenvolvimento e competitividade desta agroindústria e dos produtores florestais, responsáveis por produzirem um dos materiais mais nobres e limpos que a sociedade dispõe: a madeira. Este setor alimenta uma vasta cadeia de valor, gerando empregos, oportunidades de renda e valor nas áreas rurais e benefícios socioambientais.

Sobre a Plantar Carbon

A Plantar Carbon é uma empresa pioneira na economia de baixo carbono, tendo sido responsável pelo primeiro projeto de créditos de carbono no Brasil, no sistema oficial da ONU, em parceria com fundos internacionais geridos pelo Banco Mundial. Com base em vinte anos de experiência inovadora, a empresa desenvolve soluções relacionadas à gestão estratégica da economia de baixo carbono para diversos setores da economia. Sua missão é conciliar competitividade econômica e proteção ao clima, promovendo as melhores práticas de sustentabilidade, em nível nacional e internacional.

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