O lúpulo, planta da espécie Humulus lupulus, é conhecido por ser largamente utilizado na produção de cervejas, sendo responsável pelo aroma e amargor da bebida. A planta também possui substâncias terapêuticas na composição das flores, sendo usada pela indústria farmacêutica e de cosméticos. No Brasil, o aumento da produção de cervejas artesanais ampliou a procura por lúpulo de qualidade, principalmente porque esse tipo de cerveja exige maior quantidade do produto na composição.
Para atender a demanda, alguns produtores iniciaram o cultivo de lúpulo no país, já que a indústria cervejeira importa 100% do lúpulo. Desta forma, a produção nacional de lúpulo poderá ajudar a reduzir dos produtos que usam a planta. “Se formos comparar hoje com cinco anos atrás, houve uma grande evolução nessa nova cadeia produtiva no país. Entretanto, ainda é muito recente esse movimento e estamos no início dos trabalhos”, explica o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo), Alexander Creuz.
Levantamento realizado pela Aprolúpulo aponta que, em 2019, o Brasil importou 3.600 mil toneladas de lúpulo. O cultivo ainda é tímido no país, com aproximadamente 40 hectares de área plantada.
Pensando em promover a cultura no país, o projeto do Mapa e IICA pretende identificar oportunidades de trabalhos, articular parcerias entre produtores e entidades governamentais e não governamentais, elaborar materiais de referência, além da implantação de um plano de viabilidade técnica e economia para o cultivo no Brasil.
O consultor do Mapa/IICA, Stefano Kretzer, explica que com o intuito de apoiar o produtor rural que está iniciando o cultivo de lúpulo, será elaborado e disponibilizado no portal do Mapa um “Manual de Boas Práticas Agrícolas para a Produção de Lúpulo”.
Case de produtor
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Alexander Creuz sempre sonhou em trabalhar no campo e, no início de 2018, começou a colocar em prática o plano de negócios elaborado durante o curso técnico em Agronegócio por meio da criação de sua empresa rural no município de Lages, em Santa Catarina.
Em uma área de aproximadamente um hectare, ele planta diversas variedades de lúpulo. “Comecei a pesquisar a cultura da planta, temperaturas mais temperadas para o cultivo no país e enxerguei uma oportunidade de negócio”, conta, acrescentando que ampliou sua área plantada no final do ano de 2020.
O lúpulo é uma planta perene (não precisa ser plantada a cada nova safra), com duração comercial por um período de 12 a 15 anos. A partir do terceiro ano, a planta inicia o potencial produtivo. “Como os plantios no Brasil ainda são recentes, ainda tem muita área que não alcançou o potencial produtivo, tanto em quantidade quanto em qualidade”, diz Creuz.
O lúpulo não exige grandes extensões de terra para ser plantado e tem alto valor agregado, por isso pode ser uma boa opção para os pequenos produtores aumentarem a renda. Um dos desafios, segundo Creuz, é a falta de equipamentos e tecnologia específica para esse cultivo.
No Brasil, apenas duas empresas desenvolveram tecnologia e máquinas apropriadas para a produção. Com o aumento da demanda e interesse por parte dos produtores, Creuz espera que essas dificuldades sejam superadas.