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quinta-feira, abril 25, 2024
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Fosfito atua na absorção de fertilizantes e herbicidas

Autores

Raimundo Vagner de Lima Pantoja
Francisco Teixeira Matos Júnior
Graduandos em Agronomia – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), campus Paragominas
Letícia de Abreu Faria
Doutora e professora – UFRA
leticiadeabreufaria@gmail.com

O fosfito, associado a macro e micronutrientes, tem se revelado uma excelente fonte de nutrientes, por possuir absorção rápida e ação complexante, que favorece a absorção principalmente dos micronutrientes. Em mistura com outros produtos, o pH da calda é reduzido, favorecendo a absorção de herbicidas como o glifosato e o gramoxone.

Solução

Os fosfitos são compostos produzidos à base de fósforo com alta solubilidade em água e solventes orgânicos, e são absorvidos e deslocados rapidamente pelas membranas das plantas, na folhagem e no sistema radicular.

O fósforo contido nos fosfitos se apresenta na forma de ácido fosforoso, não sendo metabolizado pelas plantas, no entanto, não deve ser considerado uma fonte de fósforo, mas suas características permitem que compostos acompanhantes possam atuar na nutrição da planta, como o potássio (fosfito de potássio), cálcio (fosfito de cálcio), manganês (fosfito de manganês), entre outros.

O íon fosfito apresenta uma distribuição ascendente e descendente, isto é, se movimenta desde os brotos aos pontos de crescimento, desde os brotos até os pontos de crescimento das raízes, conferindo um reforço protetor completo às plantas contra os ataques de fungos, e também prolonga o tempo de produtos após a colheita.

A descoberta de ações benéficas dos fosfitos no controle de doenças e na indução de resistência das plantas estimulou o desenvolvimento e comercialização dos produtos, assim, em função de suas características, os fosfitos podem ser registrados como fungicida ou fertilizante, mas também podem ser descritos como bioestimulantes.

Manejo

A aplicação pode ser feita de diversas formas, como em adubação foliar, fertirrigação e também juntamente com herbicidas ou fungicidas em diferentes culturas, além de favorecer a redução do pH da calda em alguns produtos fitossanitários, melhorando a eficiência deles.

A associação de fosfitos a herbicidas tem como objetivo amenizar os efeitos fitotóxicos deste último nas culturas, porém, não tem sido demonstrada influência significativa, como verificado por Gomes et al (2015), avaliando o fosfito isolado ou junto ao glyphosate na cultura de milho, porém, ainda há necessidade de mais estudos.

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O fosfito

O fosfito pode ser aplicado isolado ou associado a outros produtos. Assim, o momento de aplicação dependerá dos objetivos. Em sistemas com manejo integrado e sob baixa pressão de inóculo, fertilizantes à base de fosfitos, principalmente fosfito de potássio, vêm sendo empregados no controle de doenças de plantas frutíferas e hortaliças.

Os efeitos fungistático e/ou fungicida, e também bioestimulante, têm demonstrado a potencialização de fungicidas quando da aplicação associada. Assim, sua aplicação dependerá da pressão de doenças na área de cultivo e sensibilidade da cultura.

Culturas beneficiadas

Os efeitos do fosfito podem ser verificados em diversas culturas, sendo sua utilização no Brasil voltada principalmente a frutíferas e hortaliças, mas também tem sido usado nas culturas de soja, café, feijão e algodão.

A adoção do fosfito deve ser feita de acordo com as necessidades do cultivo ou objetivos do produtor, devendo este determinar como o fosfito atuará e estar atento às formulações dos produtos associados para que evite possíveis incompatibilidades ou super dosagens. Ademais, as plantas devem estar bem nutridas para que tenham um bom funcionamento de seu metabolismo primário e secundário.

Mais produtividade

Sua ação poderá garantir não apenas maiores produtividades, como também melhor resistência da planta e qualidade do produto final.

Os pesquisadores Brackmann e colaboradores em 2004 publicaram o uso de fosfito de potássio para o controle de podridões pós-colheita em maçãs, diminuindo os danos no período de armazenamento refrigerado. No Brasil, há muitos trabalhos verificando seus efeitos benéficos na esfera preventiva no manejo integrado e na potencialização de defensivos agrícolas no controle e redução da severidade de doenças.

Erros frequentes

A má formulação dos produtos à base de fosfito pode ocasionar fitotoxidade e reações adversas com outros materiais. Lembrando que apenas os íons acompanhantes têm efeito nutricional. Assim, não se pode substituir o fosfato pelo fosfito como fonte de fósforo, pois a planta não é capaz de metabolizá-lo, resultando em baixos rendimentos.

Quanto ao seu uso na esfera sanitária, o uso isolado no controle de doenças não deve ser recomendado em situações de altas infestações devido à baixa efetividade e ao custo de aplicação, sendo recomendada a associação com outros defensivos.

Os produtores devem estar atentos às recomendações, e se necessário procurar ajuda de técnicos especializados. Segundo alguns autores, embora haja grande variação nas doses devido às diferentes formulações de fosfitos e às diferentes culturas, as superdosagens podem causar prejuízos nas culturas.

Ganhos produtivos

Os ganhos produtivos podem ser observados com a maior eficiência de fertilizantes e defensivos associados aos fosfitos, que consequentemente afetam a produção. Em diversos trabalhos, pesquisadores constatam seus efeitos positivos, principalmente associados a fungicidas, favorecendo o controle e prevenção de vários fungos.

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Custo

No mercado brasileiro existem inúmeras marcas e formulações que implicam em variação de valores de fosfitos. O custo de aplicação pode ser amortizado com sua associação a outros produtos, como fungicidas, atentando-se à compatibilidade.

Os fosfitos apresentam baixo custo relativo, e suas ações antifúngica e bioestimulante podem contribuir com o manejo de vários patógenos de plantas, evitando ou reduzindo danos às culturas, afetando assim diretamente a produtividade.

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