Os produtos plant-based emergiram no mercado de alimentação e estão cada dia mais ganhando destaque na mesa dos brasileiros. Os grandes processadores e foodtechs que tomaram a frente com apostas para a então primeira grande onda de produtos, principalmente com a proposta de hambúrgueres vegetais. Do outro lado, os consumidores se dividiam entre vegetarianos e carnívoros curiosos do quanto os novos produtos se assemelhavam às proteínas de origem animal.
Hoje, tanto o mercado plant-based quanto os consumidores evoluíram bastante, com correções e uma segunda geração de produtos mais ampla. Surgiram mais opções saudáveis, saborosas e com rótulos limpos – fatores que agregam valor e são apreciados por este público.
De acordo com uma pesquisa realizada a pedido da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) feita pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) — o antigo Ibope – revelou que 46% dos brasileiros de todas regiões brasileiras deixam de comer qualquer tipo de carne por vontade própria, pelo menos uma vez por semana.
Essa mudança de comportamento do brasileiro mostra que existe uma ótima oportunidade dentro desse nicho de consumidores para as marcas de alimentação vegana com bons produtos e variedade nos seus cardápios e portfólios.
Nos restaurantes e lanchonetes essa tendência não é diferente. As opções veganas tem aumentado rapidamente nos últimos anos buscando atender essa parcela significativa da população — de acordo com o Ipec, um terço dos brasileiros busca esse modelo de alimentação nos cardápios.
A tendência é que cada vez mais haja uma evolução de cardápios com uma maior variedade de produtos plant-based. Todos têm a ganhar com essa mudança, já que não apenas os restaurantes vão atrair essa enorme base de clientes evidenciada pelas pesquisas, mas também reduzir seus custos com alguns dos insumos mais caros, como carnes e queijos.
A pesquisa “O Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant Based”, realizada pelo The Good Food Institute (GFI), destacou entre os entrevistados as características nutricionais para a compra desse tipo de produto. Aroma, sabor e textura igual ou melhor que a proteína animal liderou esse pódio, com 62% das respostas. Logo em seguida, em um empate técnico, com 60%, veio a vontade de consumir um produto o mais natural possível. Para 59% das pessoas, o fator mais importante é o valor nutricional igual ou melhor à proteína de origem animal a qual o produto substituirá.
O país, que produz anualmente 250 milhões de toneladas de grãos, tem transformado uma parte em “carnes feitas à base de plantas”, convertendo o grão em produto final a uma alta eficiência. Hoje, algumas das empresas mais atuantes no mercado global de carnes vegetais estão justamente aqui. Não é à toa que o Brasil é o 4º maior mercado de alimentos e bebidas saudáveis do mundo.
A MadeReal, empresa que produz e comercializa alimentos saudáveis e funcionais, segue registrando saldo positivo em seu faturamento. A expectativa da empresa é aumentar a receita em quatro vezes até final do ano. A marca se destaca pela praticidade e alto teor nutricional de seus produtos ao oferecer os famosos bombs – shots super concentrados e prensados a frio, que aliam nutrientes e sabor em favor da saúde.
“Os dados das vendas dos produtos saudáveis e de alimentos plant-based são o exemplo do que registramos na MadeReal. Mesmo com os solavancos da economia brasileira, os números são muito positivos”, destaca a sócia Anninha Baptista.
Vale ressaltar que ainda há novidades chegando, como o processo de extrusão úmida, que além de conservar a umidade da proteína, consegue como resultado uma estrutura de corte maior que a disponível no mercado atualmente.
O arroz e feijão perderam espaço no centro do prato do brasileiro ao longo dos últimos vinte anos, mas a valorização dos vegetais felizmente tem trazido uma retomada desse protagonismo.