19.6 C
Uberlândia
sábado, julho 27, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioDestaquesMudanças trazem obrigações e benefícios para o mercado de café

Mudanças trazem obrigações e benefícios para o mercado de café

Créditos Pixabay

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, em 2021, cresceu 8,36%, o que representa 27,4% de todo o PIB brasileiro. Ainda de acordo com o Cepea, de janeiro a março de 2022, a população ocupada no agronegócio brasileiro chegou a 18,74 milhões de pessoas, quase 20% do total da participação do mercado de trabalho no país.

Em 2021, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, o Brasil ficou entre os cinco maiores exportadores agrícolas mundiais, alcançando o valor de U$ 55,4 bilhões. No período da pandemia da Covid-19, por exemplo, o setor agro praticamente não foi afetado e ajudou o país a atravessar o colapso econômico advindo com a crise sanitária.

Um produto que representa alta relevância nas exportações brasileira é o café. No momento, o mercado passa por um período de dificuldades, como questões climáticas e acesso a insumos, que causam variações de preços de mercado e afetam substancialmente as negociações e trazem mal estar ao setor. Essas dificuldades do mercado, por sua vez, provocam modificações na legislação a todo momento. Os players do café diariamente buscam soluções para essas questões e, nesse contexto, estar atento às mudanças legais passa a ser exigência básica na tomada das decisões acertadas e na segurança das operações.

Lei do Agro e CPR

Em 2020 entrou em vigor a Lei n° 13.986/2020, também conhecida como a Nova Lei do Agro. Um de seus objetivos é estimular e facilitar a liberação do crédito rural por meio de financiamento privado via mercado de capitais. Desde então, as mudanças ocorrem em ritmo acelerado e a última alteração foi a entrada em vigor da Lei 14.421/22, que modificou a legislação agrícola pertinente à Lei da CPR, a Lei dos Registros Públicos, o Decreto-Lei de Desapropriação por Utilidade Pública, o Decreto-Lei do Crédito Rural, a lei dos Títulos de Créditos do agronegócio e outros.

Em 1994, com o Brasil às voltas com grandes mudanças sociais, políticas e econômicas, foi instituída a CPR – Cédula de Produtor Rural, um dos principais instrumentos de financiamento privado do agronegócio, pois facilita a comercialização de produtos agropecuários. A CPR é um título representativo de promessa de entrega de produtos rurais e seu conceito é bem simples: o agricultor promete a entrega do produto rural ao investidor em troca de financiamento de seus negócios.

Como ocorre em vários mercados, a CPR no café é o título mais utilizado nas negociações e sua forma de trabalho passa por constantes alterações para que possa operar com validade e eficácia negocial e jurídica. Entre as novas obrigações, o registro da CPR em entidade autorizada pelo Banco Central do Brasil e novos requisitos de redação do título.

O advogado especializado em agronegócio  Vinicius Souza Barquete, explica que “houve várias alterações significativas em relação à CPR e podemos citar como as principais a ampliação do conceito de produtos rurais e da lista de pessoas físicas e jurídicas que podem emitir o título; regras mais claras em relação à forma de assinatura eletrônica aceita para emissão da CPR; aumento do prazo para registro ou depósito da CPR em entidade autorizada pelo Banco Central e alteração da competência para o registro da alienação fiduciária de produtos agropecuários”.

Barquete comenta que, o novo texto, embora tenha apresentado novas situações, não tem sido visto como um portador de benefícios. “Na verdade, tem mais cara de novas obrigações”, explica. “Mas acredito que o grande benefício é o fato de a lei ter regulamentado melhor os mecanismos de negociação dentro da CPR, como a utilização de patrimônio rural de afetação, alienação fiduciária, assinatura eletrônica, entre outros, o que confere segurança para as operações”.

ARTIGOS RELACIONADOS

Fosfitos: manejo de doenças do cafeeiro

Breve artigo informa quais são os tipos de fosfito e como ele pode ser útil no manejo de doenças do café.

Fundação Procafé espera mil pessoas em Dia de Campo em Franca

Evento acontece nesta quarta-feira e apresenta resultados de pesquisas na cafeicultura.

Sistema Caramuru: Por uma produção mais sustentável

No Sistema Caramuru tratamos primeiramente o solo, para melhoria contínua ...

Redivo comprova seus resultados na cafeicultura

Vanderson Caliari Alves, produtor de café no município de Poço Fundo, no Sul de Minas,tem 200 hectares na Fazenda Boa Esperança. Ele herdou do...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!