Vanessa Santos Soares
Engenheira agrônoma e analista de sementes
vanessa02soares@gmail.com
A murcha provinda do fungo Fusarium oxysporum f. SP. Phaseoli torna-se notória no feijoeiro a partir do florescimento e enchimento da vagem. O fungo, que sobrevive por tempo indeterminado no solo, chega até as plantas por meio de nematoides existentes em áreas contaminadas.
Eles causam feridas nas plantas e junto levam o fungo que, em contato com o sistema radicular, se desenvolve, até chegar ao xilema. Plantas jovens sendo atingidos seus crescimentos são comprometidas e reduzidas.
Sintomas
Chegando ao vaso condutor da planta, o fusarium causa escurecimento, em decorrência as folhas ficam amareladas, secam e logo caem. É bem visível no campo que o feijoeiro atingido perde sua turgescência nas horas mais quentes do dia.
Em caso de infecção severa, a planta murcha de maneira irreversível, e quando em áreas úmidas, pode-se observar próximo ao colo do feijoeiro a coloração rosada e cinza.
Diagnóstico
Inicialmente, pode ser feito o diagnóstico visual na própria área de cultivo por meio de observações dos sintomas e reações da planta. Em seguida, é recomendado encaminhar amostras para análise.
Um laboratório de fitossanidade de confiança do produtor poderá confirmar a diagnose do patógeno, processo esse fundamental para que não haja riscos de confundir com outra existente murcha.
Método de prevenção
Dentre os meios de prevenção, o mais eficaz é evadir a entrada do patógeno em áreas livres de nematoides e da própria murcha-de-fusarium. Isso pode ocorrer por meio de sementes contaminadas, vento, maquinário agrícola e água de irrigação.
A realização da rotação de culturas com espécies de forrageiras de baquiária, a fim de descompactar o solo, é importante para que aumente a respiração das raízes, diminuindo as condições favoráveis ao fungo.
É válido ressaltar que a murcha-de-fusarium consegue se desenvolver normalmente em outras plantas sem apresentar sintomas, sendo as mais comuns a crotalária e guandu. Portanto, trabalhar com sementes tratadas, certificadas e melhoradas geneticamente é essencial.
Controle biológico
O Trichoderma é um fungo de produção assexuada, podendo ser encontrado em quase todas as temperaturas, com organismos de vida livre obtendo uma relação bilateral com as raízes, folhas e solo, competindo por espaço, se tornando um predador.
O microparasita é capaz de detectar outros fungos e, em contato com o hospedeiro, enrola-se, produzindo apressórios que conseguem matar o Fusarium sp.
As espécies do Trichoderma, além de protegerem, têm também a capacidade de auxiliar no crescimento das plantas e melhorar significativamente sua produtividade.
Controle químico
Segundo a Agrofit, o controle químico da murcha-de-fusarium pode ser realizado por meio de sementes tratadas com os ingredientes ativos e grupo químico piraclostrobina (estrobirulina) e tiofanato-metílicos (benzimidazol).