Sebastião Nunes da Rosa Filho
Licenciado em Ciências Agrícolas, doutor em Fitotecnia e professor – Instituto Federal Goiano
sebastiao.nunes@ifgoiano.edu.br
Carlos Antônio dos Santos
Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Aroldo Ferreira Lopes Machado
Engenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia e professor de Plantas Daninhas – UFRRJ
Margarida Goréte Ferreira do Carmo
Engenheira agrônoma, doutora em Fitopatologia e professora de Olericultura – UFRRJ
A cadeia produtiva do tomate industrial, voltado para o processamento, é uma das mais importantes no contexto socioeconômico do agronegócio brasileiro, principalmente por sua capacidade de geração de empregos, rendimentos e grande movimentação financeira.
O cultivo exitoso de tomate industrial em Goiás, de forma geral, decorre de suas condições geográficas, como tipo de solo, clima e topografia plana. Estas características favorecem o cultivo extensivo do tomateiro.
O tomate industrial no Estado de Goiás é cultivado predominantemente sob pivô central, com alto aporte tecnológico e de investimentos. Por conseguinte, altos rendimentos são necessários para compensar os valores investidos.
Plantas daninhas
Diversos fatores biológicos podem interferir negativamente na produção do tomate industrial, como a ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas. Estas plantas, por sua vez, destacam-se como um dos grandes desafios na tomaticultura, por serem capazes de competir com o tomateiro por recursos de crescimento, tais como água, nutrientes e luz.
As plantas daninhas podem, ainda, favorecer o desenvolvimento de algumas pragas e doenças, liberar substâncias aleloquímicas que inibem o crescimento da cultura, além de dificultar a colheita mecanizada dos frutos.
Quanto maior for a convivência do tomateiro com as plantas daninhas, menor será o desenvolvimento da cultura, refletindo em redução no número de peso de frutos. Soma-se a esses fatores, atraso na maturação, bem como maior apodrecimento dos frutos.
Diante disso, além de aumentar os custos de produção, podem interferir negativamente na quantidade e qualidade dos frutos produzidos.
Alerta
Várias são as espécies de plantas daninhas que podem estar presentes em uma lavoura de tomate. Essa variação é função do sistema de manejo que é dado ao local de produção. Lavouras de tomate conduzidas em sucessão a pastagens apresentam plantas daninhas de mais fácil controle.
Em áreas onde o cultivo é realizado de modo intensivo aparecem espécies mais competitivas e de difícil controle. Em avaliação do banco de sementes viáveis de plantas daninhas realizado por Rosa Filho et al. (2018) em áreas de oito pivôs nos municípios de Morrinhos e de Piracanjuba (GO) foram identificadas 27 espécies distintas de plantas daninhas e ocorrência variável destas em função do manejo adotado nas respectivas áreas.
Entre as espécies mais frequentes e importantes para a tomaticultura, pela dificuldade de controle, estão a maria-pretinha (Solanumamericanum), que é pertencente à mesma família do tomateiro, Solanaceae, o leiteiro (Euphorbiaheterophylla), dentre outras, como o capim-colchão (Digitaria horizontalis) e o pé-de-galinha (Eleusine indica).
Controle
Em função dos prejuízos potenciais que podem ser causados pelas plantas daninhas, seu correto manejo é essencial para o bom desempenho das lavouras de tomate para processamento.
O produtor deve executar uma série de medidas preventivas, como uso de substratos e mudas de boa qualidade, aliadas ao controle cultural, mecânico e químico, visando a redução dos danos que podem vir a causar à lavoura.
Em função disso e visando uma maior garantia e sistemas de produção mais eficientes, duradouros e sustentáveis, o controle de plantas daninhas na produção de tomate industrial deve ser visto sob uma concepção de manejo integrado.
O uso de cultivares adaptadas, de crescimento e ciclo mais rápido, ajustes na densidade de plantio, manejo adequado da adubação, uso da sucessão/rotação de culturas com outras espécies, como gramÃneas, além do uso de coberturas mortas de plantas como milheto, crotalária e braquiária são exemplos de práticas culturais que podem ser adotadas e que auxiliam sobremaneira no manejo das plantas daninhas.
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