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Produtividade: Manejo do solo como fator determinante

Autores

Antonio Santana Batista de Oliveira Filho Mestrando em Produção Vegetal – FCAV/UNESPa15santanafilho@gmail.com

Adriana Araujo Diniz Professora adjunta II – Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/CESBA)adrisolos2016@gmail.com

Myrelly Nazaré Costa NoletoGraduanda em Engenharia Agronômica – UEMA/CESBAmyrellynoleto11@gmail.com

Plantio de mudas – Créditos: Shutterstock

Perante a grande demanda de alimentos como consequência do crescente aumento da população, medidas que fizessem com que a produção agrícola tivesse um maior retorno produtivo foram aperfeiçoadas no decorrer dos anos, desde os primórdios da utilização das terras agricultáveis até o presente momento.

Assim, formas de manejo surgiram com o intuito de viabilizar grandes produções das mais variadas culturas em menores extensões territoriais, tudo isso a partir de diversas pesquisas e processos experimentais, que trouxeram à tona a importância de um manejo adequado a fim de garantir, a curto e longo prazo, uma rentabilidade mais alta.

Agricultura em foco

Uma das maiores prioridades da agricultura, atualmente, é a garantia da grande produtividade de grãos, sem que haja a abertura de novas áreas, apenas aperfeiçoando as que já estão abertas. Para isso, há a necessidade de práticas que minimizem a degradação do solo como um todo.

Um desses avanços surgidos ao longo dos anos, de extrema importância para que haja uma produtividade alta, é o manejo do solo, visto ser ele a base de sustentação, habitat de organismos e nutrição das culturas agrícolas.

Essa prática é considerada como o conjunto das mais variadas atividades desenvolvidas nesse ambiente, que vão desde as técnicas de cultivo e tratos culturais, aplicação de fertilizantes e/ou corretivos e formas de conservação, se baseando, principalmente, no potencial produtivo e aptidão do solo. Portanto, leva-se em consideração suas propriedades físicas, químicas e biológicas.  

Culturas mais beneficiadas pelo manejo do solo

A forma correta de manejo do solo é responsável pela grande parte dos ganhos de produtividade que são obtidos pelo uso de técnicas desenvolvidas para as mais variadas culturas. Portanto, esse manejo desempenhado de forma errônea, quando aliado a uma baixa fertilidade, é considerado um dos fatores mais limitantes de produção, em que diversas práticas indevidas às qual o solo é submetido comprometem o desenvolvimento das culturas.

A produtividade de diversas plantações é definida pela cultivar, ambiente e o manejo aplicado a ela. Dentre elas, as que mais se beneficiam são as culturas agrícolas (grandes culturas), como soja, milho, trigo, feijão, cana-de-açúcar, apresentando também resultados positivos quando utilizado na olericultura e fruticultura.

Como implantar a técnica

Dentre as variadas formas de manejo de solo, as mais comuns utilizadas são: corretivos e fertilizantes, e atualmente o sistema de plantio direto.

A utilização de corretivos e fertilizantes é comprovadamente uma grande estratégia para o aumento da produtividade de diversas culturas, pois quando ofertada em dosagens corretas, de acordo com a necessidade do solo e da cultura, contribui com as propriedades químicas e físicas, favorecendo o fornecimento de nutrientes essenciais para as plantas, sendo de grande importância para que as necessidades nutricionais sejam supridas e, consequentemente, garanta uma alta rentabilidade.

Frisa-se a necessidade de análises de solo, para que sejam identificadas todas as deficiências químicas do solo e, com base nisso, recomendar o manejo nutricional da planta. Destaca-se, também, a importância de pesquisas regionais. 

Na dose certa

O processo de calagem, se aplicado ao solo nas dosagens corretas, garante aumentos significativos na produtividade. Alguns dos benefícios da calagem, além da diminuição da acidez e aumento do pH, são: neutralização do alumínio, fornecimento de cálcio e magnésio para as culturas, diminuição da compactação, maior disponibilização de fósforo e outros nutrientes, favorecendo também a fixação do nitrogênio (Embrapa, 2010). 

Para a aplicação de calagem, necessita-se realizar a análise de solo com coleta em diferentes locais, definir o tipo de calcário a ser utilizado, isto com base na necessidade do solo, definir a dose, realizar a compra e aplicação do produto, podendo ser feita na superfície ou incorporado ao solo, dependendo da necessidade.

O processo de adubação é fundamental em solos pobres quimicamente, com baixa quantidade de matéria orgânica, baixa fertilidade e capacidade de trocas catiônicas (CTC). A aplicação de fertilizantes depende da necessidade nutricional do solo, sendo esta constatada pela análise química e também pelas exigências da cultura a ser implantada.

O momento de aplicação, a dosagem, a época, a cultivar, clima e tipo do solo são fatores de extrema importância para a garantia da eficiência dos adubos. Doses aplicadas abaixo das recomendadas causam deficiência e, consequentemente, menor desenvolvimento e rendimento da planta.

Opções

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Há três tipos de adubações, sendo elas: orgânica, mineral e organomineral. Os adubos orgânicos contribuem fielmente com a atividade microbiana, atuando principalmente como condicionadores de solo. Já adubos minerais são absorvidos pela planta com mais facilidade, porém, sua aplicação excessiva pode causar danos ambientais (Fogaça, 2015).

Quanto às formas de aplicação dos adubos, três são utilizadas: adubação de correção, de plantio e adubação de manutenção, baseadas principalmente em análises químicas e físicas do solo e análise foliar das plantas.

O sistema de plantio direto vem sendo adotado atualmente como umas das principais formas de manejo conservacionista do solo, tendo como características principais: o mínimo revolvimento do solo, a utilização de palhadas de culturas anteriores e a rotação de culturas, técnicas, que trazem consigo inúmeras vantagens que vão desde a melhoria da germinação de sementes, redução da compactação até a proteção contra perda de água por evaporação, aumento na ciclagem de nutrientes, que consequentemente garantem uma maior rentabilidade.

Para que haja sua implantação, necessita-se basicamente da eliminação das camadas compactadas do solo, nivelamento do solo com sulcos e valetas, correção tanto da camada superficial quanto subsuperficial, controle das plantas daninhas, esparramar os restos culturais e a rotação de culturas com espécies que gerem maior biomassa.

Frisa-se que diversas culturas utilizadas como palhadas também contribuem para uma melhor estrutura do solo, no controle de daninhas e nematoides, problemas frequentes enfrentados por agricultores.

Produtividade

Em termos de produtividade, o manejo adequado do solo pode levar a aumentos significativos de produção, chegando a atingir valores superiores a 50% de acréscimo em relação a sistemas convencionais não manejados.

Custos com manejo são supridos e beneficiados com a produtividade, já que um solo fértil e manejado de forma correta garante grande porcentagem de uma boa produção e, consequentemente, rentabilidade.

Erros frequentes

Há incidência de erros no manejo do solo, dentre eles a coleta de solo realizada erroneamente, que coloca em risco a produtividade, já que a interpretação e recomendação serão feitas por bases erradas.

Outro erro frequente é quanto à dosagem de fertilizantes e corretivos, acarretando em resultados gravíssimos e de difícil reversão. Doses elevadas podem causar intoxicação às plantas, enquanto doses abaixo do recomendado podem causar deficiência nutricional.

A utilização excessiva, de forma errônea e a falta de manutenção e de cuidados com os solos é outro erro frequente, podendo acarretar degradação dos solos e, consequentemente, inutilização para fins agrícolas.

Solos em que ocorre o processo de erosão decorrente de práticas agrícolas inadequadas necessitam de maiores custos para se produzir, já que há a necessidade de constantes reposições nutricionais, o que se torna um problema para a produção.

Como os erros devem ser evitados

Para que erros sejam evitados, é necessário, primeiramente, planejamento agrícola da área a ser trabalhada, levando em consideração a aptidão e uso do solo para que assim se possa definir as melhores práticas de manejo a serem utilizadas, assim como as culturas a serem implantadas.

É necessário, saber o tipo de solo por meio de amostras coletadas de forma correta e criteriosa, fazer a análise química do solo, recolhendo diversas amostras em áreas específicas e seguir à risca as recomendações de dosagens de corretivos e fertilizantes feitas com base nas análises de solo, ou seja, manter recomendação técnica para todas as fases de preparo do solo.

Custo envolvido

O manejo de solo é uma prática que pode incialmente gerar custos significativos para o produtor, principalmente pelos valores de corretivos e fertilizantes que variam anualmente, dependendo da marca, composição e tipo de formulação, da exportação, ou seja, valorização de moedas internacionais e do setor de transportes. Porém, ao longo dos anos a adoção de técnicas de manejo como o plantio direto leva à redução da aplicação desses insumos, o que, consequentemente, reduz os custos de produção.

É necessário, então, que o produtor, ao adotar um sistema de manejo de solo, trabalhe pensando em resultados em longo prazo, construindo, dessa forma, um perfil de solo eficiente na disponibilidade de nutrientes as plantas.

Investimento x retorno

É notório que a relação custo-benefício é satisfatória para o produtor, principalmente em longo prazo. A partir da adoção de práticas agrícolas de conservação de palhada em áreas de plantio, constatou-se por Sarcinelli; Marques; Romeiro (2009), que houve uma redução na perda de solos de 86,6% ao ano, ou seja, uma consequente redução na perda de nutrientes, matéria orgânica e água, refletindo assim em uma redução de 74,6% no custo de reposição de nutrientes.

Portanto, o investimento em manejo e fertilidade do solo é feito visando o aumento da produtividade, em solos já degradados, mas também em solos férteis, para que continue produtivo.

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