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Diversificação das cultivares de milho: que vantagens há?

O milho é uma cultura muito comum e possui diversos cultivares.

Gabriel Carvalho Ribeiro de Oliveira
Graduando em Agronomia – Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU)
gabrielribeiro230600@gmail.com
Saulo Strazeio Cardoso
Engenheiro agrônomo e doutor em Produção Vegetal
saulo.cardoso@biomcrop.com

Desde 1939, a cultura do milho vem tendo diversos avanços de melhoramento genético e biotecnologia, sendo que a cada ano se avança mais ainda nessas tecnologias, surgindo novas cultivares mais eficazes e com novos eventos transgênicos.
Com essas inovações, permitiu-se que viessem novas cultivares capazes de produzir mais por hectare, além de maior densidade de semeadura por área, proporcionando um melhor aproveitamento de água e nutrientes, auxiliando também no controle de plantas daninhas em função da rápida cobertura de solo e sombreamento, atrapalhando o desenvolvimento das plantas invasoras.

Diversificação

As opções em milho, hoje, são diversificadas, com tecnologia para todo tipo de manejo e investimento, independentemente das regiões em nosso País. Especialistas recomendam os híbridos resistentes a lagartas e ao glifosato. Agora, as empresas estão pesquisando resistência à cigarrinha-do-milho.
Atualmente existem diversas opções de cultivares, sendo que diferentes empresas ofertam lançamentos de híbridos. Porém, é importante sempre se atentar ao tipo de tecnologia ofertada, e não somente à fala “lançamento”.
Existem diversas tecnologias de milho, sendo estas tolerantes a insetos-praga, como lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda); lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea); lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus); algumas pragas de solo, como a larva-alfinete (Diabrotica speciosa) e a lagarta-rosca (Agrotis ípsilon); além de alguns insetos vetores de doenças, como a cigarrinha-do-milho (Dalbullus maidis), praga que atualmente mais preocupa a maioria dos produtores.
As tecnologias mais utilizadas atualmente são o milho tolerante a déficit hídrico, materiais com alta eficiência no controle de lagartas e possuindo tolerância aos herbicidas glifosato e ao glufosinato de amônio, proporcionando um melhor controle de plantas daninhas e evitando prejuízos na lavoura.

O que muda

Atualmente, as cultivares lançadas se mostram mais resistentes ou tolerantes às principais doenças, como enfezamento, cercosporiose, vírus do rayado fino, mancha branca, entre outras doenças que causam redução de produtividade.
Empresas privadas lançam a cada ano híbridos de milho com um melhor potencial de produtividade, com diferenciais de boa inserção de espiga e altura de planta, além de bom perfil sanitário para mancha branca, cercosporiose e enfezamento.
Também foram lançados materiais de ciclo precoce com alta resistência ao acamamento e quebramento, além de ser tolerante a cercosporiose, diplodia, ferrugem-branca-do- milho e mancha-de-turcicum, porém, susceptível ao enfezamento.
Outro híbrido pode ser utilizado em safra verão e safrinha, sendo de ciclo precoce moderadamente tolerante à mancha-de-turcicum, enfezamento, cercosporiose e ferrugem polissora.

E agora?

A questão da escolha do híbrido de milho correto para sua lavoura depende de diversos fatores, como condições climáticas, de solo, histórico de pragas e doenças na região, além de qual será o investimento. Tudo deve ser enfatizado no planejamento para ser colocado em pratica. Em vista deste fato, têm-se os híbridos defensivos e ofensivos.
Híbridos defensivos possuem maior estabilidade produtiva, maior tolerância a déficit hídrico, pragas e doenças. Já os híbridos ofensivos, apesar de possuírem alto teto produtivo, exigem mais do solo e não possuem muita tolerância a déficit hídrico e a pragas e doenças, exigindo uma atenção dobrada ao manejo, para que haja uma produtividade significante.
Além disso, a definição do período de semeadura é um dos principais fatores para a escolha do híbrido certo para sua lavoura, seguindo sempre as orientações do Zoneamento Agrícola de Risco Climática (ZARC), estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, reduzindo assim riscos decorrentes de fatores ambientais.

Importante saber

Por fim, deve-se sempre levar a escolha de cultivares para sua lavoura como uma ferramenta de manejo para controle de pragas e doenças, um dos fatores de grande economia com uso de inseticidas na lavoura.
Além disso, a escolha correta de uma cultivar para a lavoura dependerá principalmente do investimento feito, por isso, realizar um bom planejamento de lavoura é sempre interessante.
Deve-se dar uma maior atenção também para a rotação de tecnologias de milho, pois assim dificulta-se a evolução de insetos resistentes aquela tecnologia, evitando a chamada pressão de seleção.
Ou seja, nos insetos a evolução ocorre por meio da pressão de seleção dos mesmos, que pode ocorrer por meio de uso contínuo de inseticidas ou bioinseticidas de mesmo modo de ação, ou pelo uso de híbridos de milho de mesma tecnologia.
Com isso, deve-se realizar a alternância dos híbridos de milho para que dificulte a pressão de seleção destas pragas, reduzindo a eficiência dos híbridos e, consequentemente, a produtividade.
Lembre-se, consulte sempre um engenheiro agrônomo para sanar suas dúvidas e não ter grandes perdas de produtividade.

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