Autora
Renata Amato Moreira – Doutoranda em Agronomia/Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)renata_amato@hotmail.com

A bananeira é muito exigente em nutrientes, sendo o potássio (K) o elemento mais requerido pela cultura. Este corresponde a aproximadamente 62% do total dos macronutrientes e 41% do total dos nutrientes da planta.
A utilização de solos pouco férteis e a não manutenção dos níveis adequados de nutrientes durante a vida da planta são responsáveis pela baixa produtividade da bananeira. Todas as suas formas estão disponíveis, sendo a principal forma encontrada no solo a mineral. Além desta, o K trocável está disponível na forma de cátion e na solução do solo.
Para o ótimo crescimento vegetal, o requerimento em K está em aproximadamente 2% a 5% na matéria seca, e sua absorção pelas raízes da bananeira é feita pela forma iônica K+, que aparece na solução do solo. Grande parte do K total da planta está na forma solúvel (mais de 75%), portanto, a sua redistribuição é facilitada no floema.
Desta forma, o elemento é redistribuído das folhas mais velhas para as mais novas e para as zonas de crescimento, assim, os sintomas de deficiência aparecem primeiro nas folhas velhas.
Em falta
A deficiência de potássio caracteriza-se pelo amarelecimento rápido e murchamento precoce das folhas mais velhas – o limbo se dobra na ponta da folha, com aspecto encarquilhado e seco. O cacho é a parte da planta mais afetada pela falta de K, pois reduz a produção de matéria seca.
Com o baixo suprimento de K, a translocação de carboidratos das folhas para os frutos diminui e mesmo quando os açúcares atingem os frutos, sua conversão em amido é restrita, produzindo frutos pequenos e cachos impróprios para comercialização, com maturação irregular e polpa pouco saborosa.
Para os frutos
O potássio é um nutriente importante não só na translocação de fotoassimilados e no balanço hídrico, mas também na produção de frutos, aumentando a resistência destes ao transporte e melhorando a durabilidade, pelo aumento do teor de sólidos solúveis totais e açúcares e redução da acidez da polpa.
O K não faz parte de compostos orgânicos e, portanto, não desempenha função estrutural na planta, mas contribui nos processos de respiração, fotossíntese, síntese de clorofila e na regulação do conteúdo de água nas folhas e também tem sido atribuído à nutrição potássica, à tolerância das plantas à seca e à geada.
Esta característica faz com que seja praticamente descartado o murchamento da bananeira em situações de estresse hídrico quando houver suprimento de H2O no solo e de K na planta. Esta baixa perda de água pela bananeira é devido à redução na taxa de transpiração, controlada pela abertura e fechamento dos estômatos.
[rml_read_more]
O magnésio
Aliado a elevadas doses de potássio exigidas pela banana, a aplicação de magnésio é fundamental, pois evita o surgimento de ¨azul da bananeira¨, que é a deficiência de magnésio induzida pelo excesso de K, quando se faz irrigação com águas calcárias ou a calagem foi feita de forma inadequada (uso de calcário com baixa porcentagem de MgO).
O efeito da interação entre potássio, cálcio e magnésio é importante para esses três cátions serem absorvidos pelo sistema radicular da bananeira, e para isso devem estar balanceados. Quando ocorrer uma supercalagem (Ca e Mg são altos) os sintomas de K são evidenciados.
O efeito do desbalanço entre nitrogênio e potássio causa problemas na pós-colheita da bananeira, pois leva a queda de frutos amadurecidos no cacho. O baixo suprimento de K favorece o acúmulo de N amonical e o excesso de N atrasa a emergência do cacho, produzindo cachos com pencas espaçadas e facilmente danificadas no transporte. Assim, a relação N/K mais favorável nas folhas de bananeira, na época do florescimento, deve ficar em torno de 0,65 a 1,0.
A fonte de K mais utilizada na cultura da bananeira é o cloreto de potássio (KCl 58% de K2O), que tem como vantagem o baixo custo, porém, apresenta um maior índice salino. O sulfato de potássio também é utilizado (50% de K2O e 16% de S) – seu índice salino é bem menor, porém, seu custo é duas vezes maior e sua solubilidade em água é três vezes menor.
Outra opção é o nitrato de potássio (KNO3 – 44% de K2O e 13% de N), que apresenta alto preço e solubilidade em água semelhante ao KCl.
Sendo assim, o K participa de muitos processos, tornando-se um nutriente essencial, atuando no metabolismo da planta, além de conferir maior resistência ao ataque de pragas e doenças nas plantas. Silva e Simão, (2015) observaram que para a máxima eficiência física de produção da bananeira ‘Prata Anã’ seja atendida, são necessárias doses elevadas de K2O, como a média de 880 kg ha-1.
Ainda, a incidência do mal-do-panamá na bananeira ‘Prata Anã’, cultivada em solo com disponibilidade desbalanceada de Ca, K e Mg, pode ser significativamente reduzida pela adubação potássica.